AVALIAÇÃO DA ANALGESIA E COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS EM CADELAS SUBMETIDAS A MASTECTOMIA PARCIA ATRAVÉS DA TÉCNICA DE ANESTESIA FOR TUMESCÊNCIA

Gabriela Bruno Stok Tosato

Resumo


As neoplasias mamárias são de grande relevância, representando 25 a 50% dos tumores caninos. O tratamento cirúrgico primário é a remoção e eliminação de todo o tecido neoplásico. A tumescência é um método de infiltração anestésica utilizando uma solução diluída e composta principalmente de lidocaína e epinefrina, o que não prejudica seus efeitos, pelo contrário, aumenta o grau de anestesia e a ação vasoconstritora, além de proporcionar analgesia trans-operatória e pós-operatória. O objetivo do trabalho foi avaliar a analgesia e as complicações pós-operatórias em cadelas submetidas à mastectomia parcial através da técnica de anestesia tumescência. Foram utilizados 12 animais da espécie canina, fêmeas, com peso entre 5 e 50 kg, sem distinção de raça, com idade entre 4 e 14 anos, para realização de mastectomia parcial. Foram formados dois grupos, sendo que o primeiro recebeu a infiltração tumescente (grupo tumescência- GT) e outro grupo recebeu bolus seguido de infusão contínua de citrato de fentanila (grupo fentanil- GF). A analgesia foi avaliada no período pós-operatório imediato de até 6 (seis) horas (M1 a M6). As complicações pós-operatórias foram avaliadas 48 (quarenta e oito) horas após a cirurgia, 5 dias após a cirurgia e no retorno para retirada dos pontos (M7 a M9). As escalas aplicadas foram: Escala Visual Analógica, Escala Composta de Dor de Glasgow Modificada (ECDGM), Escala de Melboune, Von Frey, assim como a aferição da temperatura, auscultação da frequência cardíaca e respiratória. A escala visual analógica (sedação e analgesia), a escala de glasgow modificada, a escala de Melboune e a frequência respiratória, não apresentaram diferença estatística em nenhum momento avaliado. No pós-operatório tardio, também foram avaliadas outras alterações, como presença de seroma, hematomas e presença de necrose tecidual, onde o GT apresentou seroma M7 (25%), M8 (25%) e M9 (16,67%); apresentou hematoma em M7 (33,33%) e M8 (16,67%). O GF apresentou seroma apenas em M7 (25%) e M8 (16,67); apresentou hematoma também em M7 (16,67%) e M8 (8,33%); a presença de necrose ocorreu apenas em M9 (8,33%). Na avaliação da analgesia pós-operatória imediata que se refere aos tempos de M1 a M6, ou seja, 6 horas após o procedimento cirúrgico, foi observado que apenas 16,67% dos animais do GT obtiveram reação ao serem tocados com o filamento de 300 gramas. Já no GF, 25% dos animais obtiveram as mesmas respostas. Estes resultados demonstram a efetividade analgésica pós-operatória da lidocaína na técnica de tumescência. Em relação às complicações pós-operatórias tardias, o GT teve maiores alterações em relação ao GF, o que não condiz com os estudos existentes na literatura. Uma vez que no GT apresentou seroma em todos os retornos (25%; 25% e 16,67%, no 1°, 2° e 3° retorno, respectivamente), hematoma em dois retornos (33,33% e 16,67%, no 1 e 2° retorno, respectivamente). Conclui-se a partir deste estudo que analgesia imediata pós-operatória do GT foi efetiva, mas não diferente de GF, sendo as duas técnicas de boa escolha para o procedimento proposto. Porém as complicações no pós-operatório tardio foram maiores no GT, necessitando de maiores estudos.

Palavras-chave


Canina. Mastectomia. Anestesia. Tumescência. Lidocaína.



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