ANÁLISE DOS PERFÍS LONGITUDINAIS DAS DRENAGENS DO TRECHO DO RIO TIETÊ-JACARÉ-SP PARA IDENTIFICAÇÃO DE ATIVIDADES NEOTECTÔNICAS

Alan Carlos de Lira Lemes

Resumo


A análise de parâmetros morfométricos das drenagens tem se mostrado de grande valia no que concerne aos estudos empregados para detecção de deformações neotectônicas, uma vez que os cursos dágua tendem a se ajustar rapidamente às deformações crustais, mesmo ante aquelas mais sutis, representando um dos principais agentes de modelagem do relevo. Estas características os tornam importantes para os estudos envolvendo a neotectônica, ramo das geociências que tem chamado muita atenção nas últimas décadas do século XX. Estas análises têm-se mostrado eficazes em regiões intraplaca tanto em território brasileiro como no exterior. O falso entendimento de que as áreas intraplaca estão livres das perturbações crus tais podem acarretar em grandes prejuízos econômicos e perda de vidas humanas como já ocorrera em diversos lugares do planeta, antes entendidos como assísmicos. O propósito deste trabalho é aplicar o método de estudo conhecido como a análise de perfis longitudinais das drenagens, no trecho do rio Tietê denominado Tietê-Jacaré, no interior paulista, com o objetivo de identificar perturbações neotectônicas neste trecho do território. Este trecho localiza-se ao norte da bacia do Médio Paranapanema e ao sul da bacia Mogi-Guaçu. Seu substrato é formado por rochas do Grupo Bauru, formados por sedimentos fluviais e leques aluviais, bem como sedimentos cenozóicos. A análise dos perfis longidutinais das drenagens, fez-se mediante a confecção de gráficos de coordenadas cartesianas utilizando-se as cartas topográficas em escala 1:50.000 editadas pelo IBGE. Entende-se que quanto mais equilibrado estiver o curso d´água melhor estará ajustado à função logarítmica. A elaboração de tais gráficos permitiu identificar áreas anômalas em subsidência e em ascensão. O entendimento da neotectônica nesta porção do território paulista faz-se de capital importância para avaliação do risco sísmico servindo ao planejamento territorial e ao entendimento da história evolutiva da paisagem. Deve servir como planejamento do uso do solo para cultivo agrícola, no que diz respeito à susceptibilidade natural do solo à erosão, bem como para o planejamento visando às construções de grande porte, tais como condomínios, usinas, barragens e gasodutos, que devem ter em conta os riscos sísmicos decorrentes da ação neotectônica na região.

Palavras-chave


Fluviomorfometria. Tietê-Jacaré. Perfis Longitudinais das Drenagens.

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