ANÁLISE NEOTECTÔNICA NO TRECHO DO BAIXO TIETÊ-SP ATRAVÉS DA INTERPRETAÇÃO DE PARÂMETROS FLUVIOMORFOMÉTRICOS

Caique Silva da Rocha

Resumo


As atividades neotectônicas em regiões intraplaca tem sido objeto de investigações satisfatórias em parte do território brasileiro. O presente trabalho está investigando a atuação de processos neotectônicos a partir da interpretação dos Perfis Longitudinais das Drenagens na região da bacia do Rio Tietê no trecho delimitado como Baixo Tietê. A bacia localiza-se ao norte da bacia do Rio Aguapeí e ao sul da bacia do Rio São José dos Dourados. O contexto local é alvo da ocupação desenfreada desde o início do século XX e sofre com intenso processo de erosões. A área está inserida no contexto geomorfológico do Planalto Ocidental Paulista e é litologicamente composta por rochas do Grupo Bauru, formados por sedimentos fluviais e leques aluviais, bem como sedimentos cenozóicos. O conceito de neotectônica aqui empregado refere-se aos movimentos recentes da crosta terrestre, compreendendo que o termo recente ainda não é unânime da literatura. Para este trabalho será adotada a definição de Neotectônica defendida pela INQUA (International Union for Quaternary Research) onde qualquer movimento da Terra ou deformação do nível de referência geodésico, seus mecanismos, sua origem, independentemente de sua idade de início, suas implicações práticas e suas extrapolações futuras. O estudo das deformações crustais recentes se faz mediante os estudos dos Perfis Longitudinais das Drenagens, pois as deformações podem ser avaliadas pelo estudo dos cursos d´água, justamente por serem, as drenagens, mais sensíveis às deformações crustais ajustando rapidamente as suas calhas e o estilo do canal. Os estudos serão elaborados a partir do emprego de cartas topográficas 1:50.000 editadas pelo IBGE sendo plotados em gráficos de coordenadas cartesianas, oferecendo uma análise entre a altitude e a extensão da drenagem. Os gráficos elaborados exibem conformação logarítmica, com concavidade para cima e assíntotas longas. Quanto mais equilibrado for o curso dágua, mais bem ajustado à função logarítmica estará seu perfil longitudinal, ressaltando-se que o equilíbrio refere-se à estabilidade do comportamento hidráulico da corrente, fazendo com que não haja erosão do talvegue nem agradação, havendo, tão somente, passagem de carga sedimentar (bypassing process). Curvas com menor concavidade, corrugações no perfil, ou mudanças bruscas indicam condições de desequilíbrio. Este trabalho pretende contribuir com o entendimento da evolução geológica do local e com o entendimento do vasto quadro erosivo formado pela grande ocorrência de ravinas e boçorocas, visando contribuir com o planejamento territorial no que concerne às construções de grande porte e áreas de cultivo.

Palavras-chave


Neotectônica. Perfis Longitudinais. Cabuçu.

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