ADESÃO AO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL GERAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SP

Kelia dos Santos Mariano Nolasco

Resumo


A hipertensão arterial é uma doença altamente prevalente que atinge 30% da população adulta no Brasil. É um problema de saúde pública mundial, apontada como maior fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiocerebrovasculares, sendo a adesão ao tratamento fundamental para a prevenção de agravos. É importante ressaltar seu impacto na saúde do trabalhador, uma vez que é responsável, também, por absenteísmo, aposentadoria precoce e incapacidade para o trabalho. Apesar da importância dessa temática, poucos estudos têm se dedicado à adesão ao tratamento anti-hipertensivo na equipe de enfermagem. Sendo assim, o presente estudo tem por objetivo avaliar a adesão ao tratamento anti-hipertensivo de trabalhadores da equipe de enfermagem com diagnóstico de hipertensão de um hospital de grande porte de São José dos Campos - SP, por meio do teste de Moriski - -Green e pelo controle da pressão arterial, e identificar as razões de não adesão. Para tanto, foi realizado um estudo exploratório, descritivo e retrospectivo com abordagem quantitativa, utilizando dados do banco do estudo primário Avaliação de Saúde dos Trabalhadores de um Hospital Geral de São José dos Campos SP. Foram selecionados os dados pessoais, profissionais, estilo de vida, morbidade referida, avaliação da adesão ao trata - mento e exame físico de trabalhadores de enfermagem que referiram ser hipertensos. Os resultados mostraram que 43 trabalhadores referiram ter hipertensão arterial caracterizando uma prevalência de 13,2%. A idade mé - dia foi de 44,5±10,1 anos, 86,0% eram do sexo feminino, 55,7% casados/amasiados e 48,8% brancos e renda familiar de 4,9±2,9 salários mínimos. A maioria dos trabalhadores de enfermagem referiu não ingerir bebida alcoólica (69,7%), não fumar (72%), não adicionar sal aos alimentos (95,3%) e utilizar temperos naturais (65,1%). A maioria era sedentária (55,7%). A média de IMC foi de 30,8±5,3 kg/m 2 , sendo que a maioria dos trabalha - dores estava na faixa de obesidade (53,4%) e 27,9% de sobrepeso. Dentre as mulheres, 81% estavam com a circunferência abdominal aumentada e, dentre os homens, 66,6%. Em relação à pressão arterial 32,5% dos trabalhadores não estavam com a pressão controlada no momento da medida. Aproximadamente 84% referiram fazer tratamento medicamentoso, sendo que a maioria (72,2%) usava monoterapia. Mais da metade da amostra (51,1%) foi considerada não aderente pelo teste de Mo - riski-Green e apenas 13,9% foram considerados aderentes. Catorze trabalhadores referiram não ter aderido em algum momento ao tratamento medicamentoso, sendo as principais razões esquecimento (64,3%) e remédios caros (28,6%). Dezessete trabalhadores referiram alguma falta à consulta médica, sendo as principais razões esquecimento (64,7%) e para não faltar ao trabalho (47,1%). Conclui-se que a taxa de adesão ao tratamento anti-hipertensivo entre os trabalhadores é baixa e a principal razão de não adesão é o esquecimento. Projeto elaborado com o apoio do Programa Institucional de Iniciação Científica da Universidade Guarulhos PIBIC-UnG, (Rodada I-2012). Aprovação do CEP da Universidade de Taubaté - parecer nº 556/11

Palavras-chave


Hipertensão arterial. Adesão ao tratamento. Trabalhadores de enfermagem.

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