EFEITOS DA TERAPIA PERIODONTAL BÁSICA NOS NÍVEIS SÉRICOS DE ADIPONECTINA E LEPTINA EM INDIVÍDUOS OBESOS E NÃO-OBESOS COM PERIODONTITE CRÔNICA

Monique de Carvalho Souza

Resumo


Recentemente, a obesidade foi apontada como um indicador de risco para as doenças periodontais. Entretanto, a relação entre obesidade e periodontite ainda não foi totalmente elucidada, principalmente em relação aos aspectos inflamatórios. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da terapia periodontal básica nos níveis séricos de adiponectina e leptina em indivíduos obesos com periodontite crônica, comparativamente a indivíduos com índice de massa corporal normal com periodontite crônica. Foram incluídos 15 indivíduos obesos (teste) e 15 com peso normal (controle), todos portadores de periodontite crônica. Os indivíduos foram submetidos à coleta de soro antes da terapia periodontal básica (raspagem supragengival, controle de placa e raspagem e alisamento radicular) e em 3 meses após a mesma. As amostras de soro foram avaliadas quanto à presença de adiponectina e leptina por meio de ensaio imunoenzimático (ELISA). As comparações intragrupo (antes e após o tratamento) foram efetuadas pelo Teste de Wilcoxon enquanto as comparações intergrupos (controle/teste) em cada tempo experimental foram realizadas pelo Teste de Mann-Whitney. Para todas as análises foi adotado um nível de significância de 5%. Não houve diferenças estatísticas entre obesos e não-obesos nos níveis séricos de adiponectina, adipocitocina anti-inflamatória, em nenhum dos tempos experimentais (p>0,05). Entretanto, houve um aumento nos níveis séricos dessa adipocitocina em 3 meses pós-terapia para ambos os grupos (p<0,05). Os níveis séricos de leptina, adipocitocina pró-inflamatória, estavam significativamente mais elevados nos obesos em 3 meses pós-terapia (p<0,05). Essa mesma tendência de maiores níveis de leptina nos obesos também foi observada antes da terapia, embora neste período não tenha sido estatisticamente significante (p>0,05). Além disso, não houve alterações nos níveis séricos de leptina em 3 meses pós-terapia para ambos os grupos (p>0,05). Assim, esses dados indicam que, embora a terapia periodontal básica seja capaz de beneficiar pacientes com periodontite em nível sérico pelo aumento de adiponectina, os obesos com periodontite ainda apresentam níveis alterados de adipocitocinas em favor de um estado pró-inflamatório por apresentarem maiores níveis de leptina. Projeto elaborado com o apoio do Programa Institucional de Iniciação Científica da Universidade Guarulhos PIBIC-CNPq (Rodada I- 2012). Aprovação do CEP SISNEP 417; parecer 33/2009.

Palavras-chave


Obesidade. Periodontite. Adipocitocinas.

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