PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO: A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DA HISTÓRIA DAS CIDADES NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO COMO CIDADÃO

Elisa Silva Mazzuca

Resumo


O processo de industrialização tardio e acelerado do país, principalmente a partir da década de 1950, resultou, em algumas cidades, segregação sócio-espacial e uma ocupação esteticamente caótica. Numa perspectiva desenvolvimentista, tudo que se pensava (e pensa) era (e é) no crescimento das atividades econômicas, com impactos negativos na oferta de habitação e outros direitos sociais, sem se atentar, também, para as cicatrizes que seriam deixadas, especialmente pela ausência de políticas públicas que regulassem a adequação dos espaços e a inclusão social como requisito à cidadania. Por conseguinte, importantes referenciais para a população foram descartados, demolidos e com o tempo, esquecidos por todos. Hoje, com o acesso à informação disseminado, a discussão acerca do que é e o que deve ser preservado vêm à tona constantemente e vemos crescer entre os povos a necessidade de preservar esse bem que é de todos, que embasa suas essências ressignificando-os como um povo específico dentre muitos. Nesse contexto, surgiu a necessidade de analisar os princípios do patrimônio, percorrendo brevemente pela história da formação das cidades e da preservação de seus patrimônios culturais, estudando como e quando inicia a percepção e a relação do ser humano com o meio ambiente em que vive, destacando a maneira como o indivíduo interage com esse espaço, com enfoque na importância que ele dá às suas histórias, se elas perduraram ou se perderam no tempo. E, ainda, de analisar o impacto que o não reconhecimento da história da cidade causa para sua população, comparando o zelo e o sentimento de pertencimento existente em moradores que possuem suas raízes preservadas. Em última instância, a presente pesquisa considera a hipótese: o processo de não reconhecimento dos espaços relevantes pela sociedade contemporânea na construção de identidades, de cultura e de sentimento de pertencimento, num mundo de informações instantâneas e de produção de necessidades muitas vezes desnecessárias, relega o patrimônio cultural material e imaterial em segundo plano. Utilizará como estudo de caso a cidade de Guarulhos, analisando, com base na primeira etapa, os vínculos que as comunidades guarulhenses têm em relação à sua história, e as diferentes manifestações culturais, observando como esses aspectos interferem na formação do cidadão. Seguirá com uma pesquisa em bibliografias especializadas, além de produções cinematográficas que abordem o tema da preservação do patrimônio cultural, seja ele material e/ou imaterial. Desses levantamentos, será feito um estudo sociológico com o objetivo de entender o fator que motiva um indivíduo a defender e preservar seu espaço, estudando, ainda, os métodos que ele utiliza para tentar provar a importância que aquele local tem para a sua vida e para a vida da população que ali habita. Espera-se que a pesquisa leve a uma autoavaliação do conhecimento particular que cada pessoa tem do espaço em que vive, conduzindo para a formação de um cidadão multiplicador, politicamente ativo, formador de opinião e protagonista de sua história. Projeto elaborado com o apoio do Programa Institucional de Iniciação Científica da Universidade Guarulhos PIBIC-UnG (Rodada I-13).

Palavras-chave


Patrimônio. Cidadão. Cidadania. Preservação.

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