RESILIÊNCIA NATURAL EM TERRENOS ANTROPOGÊNICOS: ESTUDO DA TRANSFORMAÇÃO PAISAGÍSTICA PÓS-DEGRADAÇÃO NA ÁREA DO LOTEAMENTO PARQUE CONTINENTAL II, MUNICÍPIO DE GUARULHOS (SP)

Tais Renata Fernandes da Cruz, Alex Ubiratan Goossens Peloggia

Resumo


Esta pesquisa tem como tema central a resiliência natural em terrenos tecnogênicos, pretendendo avaliar a capacidade dos elementos ambientais naturais de uma área fortemente impactada e transformada pela ação humana adaptarem-se e desenvolverem-se frente às novas condições, e até que ponto esta auto-restauração é capaz de reconstituir paisagisticamente áreas degradadas. A ação humana sobre a paisagem pode levar à formação de terrenos antropogênicos (também chamados de tecnogênicos ou artificiais), seja pela transformação de terrenos naturais preexistentes ou mesmo pela criação de novos substratos. Tal ação pode se dar, basicamente, pela alteração da ocorrência ou intensidade de processos geológicos superficiais, como a erosão, ou ação direta de movimentação de materiais geológicos. Frequentemente, esse processo de transformação paisagística ocorre de forma intensa e agressiva, em períodos de tempo relativamente muito curtos em relação ao ritmo dos processos naturais não perturbados, que então entram em uma fase de desequilíbrio antrópico (ou resistasia antrópica). Por isso tais eventos podem ser considerados como impactos paisagísticos antropogênicos, um tipo específico de impacto ambiental. A caracterização dos terrenos antropogênicos tem sido feita, assim, em termos dos processos geológicos diretamente produzidos ou induzidos pela ação humana, das formas de relevo resultantes e dos depósitos criados, estes em termos de sua gênese e composição. Para realizarmos a investigação foi selecionada uma área de pesquisa já caracterizada em termos geoambientais, constituída por tipos variados de terrenos antropogênicos formados em decorrência de um a intervenção de urbanização (loteamento) que não teve prosseguimento: o loteamento Parque Continental II, no Município de Guarulhos (SP).No entanto, propomos avançar num passo metodológico, investigando a evolução paisagística pós-tecnogênica, ou seja, as transformações que ocorrem nos terrenos tecnogênicos após a ação humana transformadora ter deixado de atuar, ou seja, após o impacto, investigando de que maneira e em que ritmo os processos de evolução paisagística natural atuam e como reconfiguram tais terrenos, bem como verificando de que forma as evidências da transformação anterior podem ser obliteradas.Os trabalhos de campo, por sua vez, concentraram-se na observação sistemática do comportamento dos diferentes tipos de terrenos tecnogênicos observados, levando em conta dois critérios fundamentais: a evolução dos processos geomorfológicos e as particularidades do desenvolvimento dos processos ecológicos, especialmente no que tange à relação entre a colonização vegetal e as particularidades dos substratos. Com esta pesquisa obtivemos uma compreensão sistemática da relação entre processos de ocupação territorial e reconfiguração do ambiente geológico pela formação de terrenos tecnogênicos. E espera-se com o conhecimento obtido, incluindo a cartografia, a publicação na forma de artigo em periódico científico na área de geociências ou urbanismo.

Texto completo:

PDF


1) UnG - Universidade Guarulhos 2) Indexador: Latindex 3) Indexador: Dialnet