ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA VEGETAÇÃO DE GUARULHOS

Rosana Cornelsen Duarte, Fernanda Dall’ Ara Azevedo Dall’ Ara Azevedo

Resumo


Guarulhos é a segunda cidade mais populosa do Estado de São Paulo, cuja ocupação populacional desordenada foi fator determinante para fragmentação florestal do município. Os objetivos do trabalho são: realizar a caracterização da vegetação presente em fragmentos florestais do município de Guarulhos de acordo com a composição florística e diferenciar a regeneração vegetativa, que ocorre em campos naturais, da que ocorre em campos antropógenos (terrenos tecnogênicos). Para isto foram selecionados 12 pontos para a caracterização da composição. Esses pontos se dividiram da seguinte forma: 03 (três) parques (Bosque Maia, Núcleo Cabuçu e Chico Mendes), 03 (três) fragmentos em terrenos naturais (Bonsucesso, Bairro dos Morros e Várzea do Rio Tietê), 03 (três) fragmentos em terrenos tecnogênicos (APP do Córrego Botinha, Pq. Continental e Rua Landri Salles) e 03 (três) transectos com cerca de 2 metros de largura por toda extensão das áreas percorridas (Córrego Baquirivu-Guaçu, Estrada Ambev x Várzea do Rio Tietê e Córrego do Invernada). Para a caracterização da composição da vegetação dos fragmentos florestais, as áreas selecionadas foram vistoriadas em consonância com as normativas CONAMA 01/94. Posteriormente, foi realizado o cruzamento das informações obtidas em campo com o mapeamento do meio físico realizado pelo Laboratório de Geoprocessamento da Universidade Guarulhos, visando averiguar caracterizar os fatores abióticos dessas regiões. Os resultados preliminares dos cruzamentos destas normativas com as áreas vistoriadas demonstram que os fragmentos florestais pobres em biodiversidade, com baixa e/ou nenhuma função ecológica estão localizados nas áreas de maior concentração populacional, cujas alterações antrópicas no meio físico (terrenos tecnogênicos) favorecem a colonização da área por espécimes de espécies vegetais exóticas e invasoras, extremamente competitivos e adaptáveis às áreas modificadas que apresentam poucos nutrientes no solo, tais como: Brachiárias e outras Poáceas, mamoneiros (Ricinus communis), leucenas (Leucaena leucocephala) e ipês-de-jardim (Tecoma stans). Há também os terrenos classificados neste trabalho como Terrenos Naturais, que obviamente perderam parte e/ou a totalidade do fragmento florestal pré-existente, mas que não apresentam vestígios de alterações antrópicas no solo. Para estes, ocorre à presença de espécies regenerantes nativas do bioma Mata Atlântica Floresta Ombrófila Densa nos estágios inicial e médio, na maioria dos casos estudados. Os parques demonstram fragmentos formados por espécies arbóreas nativas utilizadas nos processos de restaurações ecológicas, cujos sub-bosques são ausentes em alguns dos casos.

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