ALOESTRATIGRAFIA - REVISÃO DE CONCEITOS E EXEMPLOS DE APLICAÇÃO, COM ÊNFASE NOS DEPÓSITOS NEOQUATERNÁRIOS DE TERRAÇO DA BACIA DO RIO DO PEIXE, SP

Mario Lincoln De Carlos ETCHEBEHRE

Resumo


O Código Norte-Americano de Nomenclatura Estratigráfica define uma unidade aloestratigráfica como sendo
um corpo estratiforme mapeável de rochas sedimentares, identificado e definido com base nas descontinuidades que o limitam. Este novo enfoque estratigráfico é aplicável onde as classificações litoestratigráficas tradicionais se revelam impróprias, em especial no caso dos depósitos quaternários de natureza continental, como os terraços fluviais. Estes corpos apresentam-se, muitas vezes, com pequenas espessuras, formando conjuntos de ocorrências com ampla distribuição em área mas com unidades de pequena extensão individual; estratos mais jovens podem ocupar posições topográficas inferiores em um vale em relação a outros depósitos. A hierarquia e os procedimentos de terminologia estratigráfica são similares às dos equivalentes litoestratigráficos, sendo que a aloformação representa a unidade fundamental do sistema de classificação. As decontinuidades limitantes dos depósitos devem registrar claramente uma quebra do registro sedimentar, podendo estar relacionadas com superfícies geomórficas, o que facilita o mapeamento de tais unidades. Elementos da história geológica dos depósitos e o tempo inferido de deposição, a despeito de não servirem como elementos definidores de uma unidade aloestratigráfica, podem influir na escolha dos seus limites. Considerando-se que a aloestratigrafia se configura como um enfoque relativamente novo na literatura geológica, observase, ainda, um número restrito de trabalhos que adotam tal abordagem. Todavia, alguns exemplos são apresentados nesta revisão para ilustrar a validade e as vantagens comparativas desta nova classificação ante outros enfoques estratigráficos, tanto no Brasil quanto no exterior. Ênfase maior é colocada nos depósitos
de terraços neoquaternários do vale do Rio do Peixe, região ocidental paulista, pois representam uma situação bastante
apropriada para a aplicação da aloestratigrafia, podendo servir
de referência para o estudo de depósitos cenozóicos porventura existentes em outras bacias hidrográficas desta porção do território paulista.

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