DEPÓSITOS DE CARVÃO PERMIANOS PÓS-GLACIAIS DA BACIA DO PARANÁ NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

José Alexandre Jesus PERINOTTO, Vicente José FULFARO

Resumo


Através de levantamentos de campo realizados em distintos
projetos e da descrição de 83 testemunhos de sondagens efetuadas para a pesquisa de carvão, verificou-se a ocorrência de uma unidade estratigráfica entre o topo do Grupo Itararé e a base da Formação Tatuí/Palermo, cujo empilhamento das associações de fácies é nitidamente progradante e característico de sistema flúvio-deltaico. Pela somatória de suas características esta unidade é considerada como sendo a
Formação Rio Bonito, anteriormente denominada de Formação Tietê no Estado de São Paulo. Esta unidade ocorre de forma descontínua, encaixada em paleo-vales cujos flancos, também em posição topográfica mais elevada atualmente, após a sua denudação, são constituídos por sedimentos (glaciogênicos) do Grupo Itararé. Esta paleotopografia exumada causa o fato de se encontrar tilitos aparentemente sobre a unidade portadora de carvão, o que levou a que esta unidade fosse interpretada como interglacial e pertencente ao Grupo Itararé. No entanto,
interpreta-se aqui, neste arcabouço, que os tilitos encontram-se
mais elevados apenas topograficamente, jazendo e estando
estratigraficamente abaixo, servindo de substrato (paleo-relevo) deposicional para a Formação Rio Bonito. Correlacionam-se, portanto, os sedimentos portadores de carvão na região de Tietê (SP) com a Formação Rio Bonito, com gênese relacionada aos deltas pós-glaciais desta unidade. Os sedimentos marinhos transgressivos da Formação Tatuí/Palermo sobrepõem-se concordantemente a esta unidade e em relação de discordância com as rochas do Grupo Itararé nos flancos e cristas dos paleo-vales.

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