SOBRE A RECORRÊNCIA GEOHISTÓRICA DE DESASTRES AMBIENTAIS NO SUDESTE DO BRASIL: UMA PERSPECTIVA DE LONGA DURAÇÃO

Alex Ubiratan Goossens Peloggia, Any Marise Ortega

Resumo


O desastre geoambiental ocasionado pela ruptura de uma barragem de rejeitos de minério de ferro, em Mariana (MG), em 2015, se insere em uma sequência geohistórica de longa duração que remonta às atividades minerárias do Ciclo do Ouro na época colonial. Ao longo do século XIX e início do XX, o Ciclo do Café causou ampla eliminação da Mata Atlântica e a deflagração de intensos e extensivos fenômenos erosivos, configurando-se em novo desastre cujos registros sedimentares são descritos desde o Vale do Paraíba (RJ/SP) até o Planalto Ocidental Paulista. Já no século XX, o binômio formado pela industrialização e urbanização acelerada promove novos desastres, como o da Serra de Paranapiacaba (SP) em 1985, decorrente da degradação da cobertura florestal das encostas em função da poluição química. A recorrência desses fenômenos mostra uma essência comum: a conjugação de uma situação particular do meio físico (relevos movimentados, notadamente em terrenos cristalinos florestados) com formas predatórias de apropriação do território por atividades econômicas não sustentáveis ambientalmente.

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