FEIÇÕES DE LIQUEFAÇÃO NO VALE DO RIO SANTO ANASTÁCIO (SP) INDICAÇÕES DE ATIVIDADE SÍSMICA QUATERNÁRIA?
Resumo
Estruturas de liquefação, quando originadas de processos de vibração sísmica (sismitos), configuram-se como importante instrumento de investigação neotectônica. Tais estruturas aparecem em zonas meizossísmicas (meizoseismic zones zonas de maior deformação em superfície), associadas a eventos com magnitude superior a 5, e o estudo de sua tipologia, porte e distribuição espacial contribuem para o delineamento de epicentros de paleossismos, bem como para a estimativa de suas magnitudes. Este trabalho objetiva reportar a ocorrência de estruturas de liquefação no vale do rio Santo Anastácio aqui reputadas como inéditas , analisar a possibilidade delas terem origem sísmica, e cotejá-las com informações similares obtidas na vizinha bacia do Rio do Peixe. As feições encontradas no vale do Rio Santo Anastácio estão alojadas em depósitos aluviais e compreendem tanto intrusões arenosas (diques, sills, brechas intraestratais) quanto extrusões (vulcões de areia). O material arenoso liquefeito apresenta-se hoje como maciço, friável, branco (textura sacaróide), com fragmentos e lascas de sedimentos encaixantes. O contexto geológico e
geomorfológico local possibilita excluir, a priori, a possibilidade de tais estruturas estarem vinculadas a processos de artesianismo ou a movimentos de massa. Considerando que as estruturas de liquefação afetam camadas de argila escura (32.340+/-320 anos A.P. por datação 14C), entende-se que o eventual sismo que as tenha gerado teria ocorrido aquém de tal data. A correlação desses achados com as estruturas similares constatadas na vizinha bacia do Rio do Peixe ainda encontra-se aberta, pois os 3 eventos sísmicos identificados naquela área teriam idades inferiores a 33 ka A.P. Quando e se for possível precisar a correlação com um daqueles sismos, poderá haver ampliação da zona meizossísmica e, por conseguinte, ampliação do valor estimado da magnitude sísmica do paleoterremoto.
geomorfológico local possibilita excluir, a priori, a possibilidade de tais estruturas estarem vinculadas a processos de artesianismo ou a movimentos de massa. Considerando que as estruturas de liquefação afetam camadas de argila escura (32.340+/-320 anos A.P. por datação 14C), entende-se que o eventual sismo que as tenha gerado teria ocorrido aquém de tal data. A correlação desses achados com as estruturas similares constatadas na vizinha bacia do Rio do Peixe ainda encontra-se aberta, pois os 3 eventos sísmicos identificados naquela área teriam idades inferiores a 33 ka A.P. Quando e se for possível precisar a correlação com um daqueles sismos, poderá haver ampliação da zona meizossísmica e, por conseguinte, ampliação do valor estimado da magnitude sísmica do paleoterremoto.
Texto completo:
PDF1) UnG - Universidade Guarulhos 2) Indexador: Latindex 3) Indexador: Dialnet