HIPÓTESE SOBRE OS CONDICIONANTES NEOTECTÔNICOS DO BARRAMENTO NATURAL DA FOZ DO RIO IVAÍ (PR/MS) COM BASE EM LEVANTAMENTO ECOBATIMÉTRICO

André Luiz Amancio FRANCO, Mario Lincoln de Carlos ETCHEBEHERE, José Cândido STEVAUX

Resumo


Levantamento ecobatimétrico detalhado, levado avante na confluência dos rios Ivaí e Paraná, com a utilização de equipamento tipo FURUNO acoplado a GPS, indicou um barramento natural das águas do rio Ivaí. Na região da confluência, o rio Ivaí apresenta um canal de maior profundidade, maior carga suspensa e inexpressiva carga de fundo. O braço receptor do rio Paraná, por outro lado, apresenta-se mais raso, com carga de fundo relevante, compreendendo partículas arenosas grossas a finas. O presente trabalho descreve a situação da confluência e tece considerações sobre a hipótese que condicionou o barramento natural, fruto de uma conjunção de fatores neotectônicos e paleoclimáticos. A evolução da foz envolveu três etapas evolutivas, quais sejam: Fase A a desembocadura do Ivaí se caracterizaria como uma ampla planície aluvial, com padrão meandrante, sob vigência de clima úmido; Fase B a atuação de processos neotectônicos levou ao abaixamento do talvegue do rio Paraná, devido a falhas normais, com bloco rebaixado a oeste, com o entalhe, pelo rio Ivaí de seus próprios sedimentos e incisão no substrato cretáceo, e geração, na margem direita do rio Paraná, de um expressivo nível de terraço (Unidade Geomórfica Fazenda Boa Vista); e Fase C o rio Paraná recebeu expressiva carga arenosa, tornando-se mais raso e provocando o represamento parcial das águas do Ivaí, situação que perdura nos dias atuais. Dados preliminares indicam que a Fase C deve ter se iniciado por volta de 3.500 1.500 anos atrás, durante um período de aridez, que incrementou a carga de fundo do rio Paraná.

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