ANÁLISE DE PARÂMETROS FLÚVIOMORFOMÉTRICOS NA REGIÃO DO PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DIAMANTINA (BA) PARA DETECÇÃO DE POSSÍVEIS DEFORMAÇÕES NEOTECTÔNICAS EM ESTRUTURAS ANTIGAS
Resumo
O estudo de parâmetros de morfometria fluvial apresenta um grande potencial para a detecção e a caracterização de deformações neotectônicas, já que os cursos dágua são considerados os elementos mais sensíveis a deformações da crosta, respondendo de imediato a processos tectônicos, mesmo àqueles de pequena escala e/ou magnitude. A área de estudos abrange a Antiforma de Lençóis, Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA), estrutura que se estende na direção aproximada NS, com uma área de 80 X 20-30 km, entre as localidades de Afrânio Peixoto e Mucugê, Os objetivos do presente estudo são: (1) testar o comportamento neotectônico do Anticlinal do Pai Inácio, Parque Nacional da Chapada Diamantina, configurando-o como ativo (hipótese H1) ou inativo (hipótese H0); (2) caracterizar o quadro neotectônico da área de estudo, com base no estudo de parâmetros fluviomorfométricos bem conhecidos na literatura (e.g., estudo de perfis longitudinais de cursos dágua, levantamento de índices RDE Relação Declividade vs. Extensão regionais e por segmentos de drenagem); e (3) cotejar o quadro de anomalias fluviomorfométricas com as características geomorfológicas e com o substrato geológico da área de estudo, buscando interpretar o significado das principais feições anômalas e sua possível influência no relevo e na distribuição dos depósitos sedimentares mais jovens. Os resultados alcançados mostram que a área da Anticlinal do Pai Inácio apresenta numerosas anomalias fluviomorfométricas, tanto de RDE como de perfil longitudinal. Ao longo de seu ápice, predominam áreas soerguidas e concentrações localizadas de anomalias de RDE; nos flancos, passam a predominar áreas subsidentes. O exame de imagens aéreas mostra expressivas famílias de lineamentos, que podem representar descontinuidades estruturais rúpteis (falhas e/ou feixes de fraturas), separando terrenos com solos raros, pedregosos, de terrenos com solos mais espêssos, ensejando a possibilidade de representarem limites de blocos morfotectônicos. Interpreta-se que a hipótese H1 seja mais factível para explicar os contrastes na paisagem, em especial, a distribuição irregular das anomalias e os contrastes relativamente bruscos de terreno, aparentemente sem vínculo direto com o substrato litológico onde se instalam os talvegues.
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