DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO (DORT) NOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM: REVISÃO DE LITERATURA.

Alecsandra Marinho Vascão, Renata Carolina Tavares, Nayara Thayse Araújo da Silva Moraes, Arlete Silva

Resumo


Introdução: Os Distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) são classificados como um grupo de distúrbios funcionais e orgânicos tais como as tenossinovites, tendinites, sinovites, peritendinites, sintomatologias mais disseminadas como a síndrome miofacial e fibromialgia. Este termo tem sido adotado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) desde 2007, por abranger diversas outras doenças relacionadas à situação de trabalho; outras denominações eram utilizadas para definir as doenças relacionadas ao trabalho, tais como Lesão por Trauma Cumulativo (LTC), Distúrbio Musculoesquelético Ocupacional (DMO) e Lesões por Esforços Repetitivos (LER). Os DORT vêm aumentando no decorrer dos anos e os profissionais da área da saúde, principalmente os de enfermagem, são acometidos muitas vezes em plena fase produtiva de suas vidas; é a segunda causa de incapacidade laboral, podendo acarretar o afastamento no trabalho, e o maior índice de licenças médicas notificadas pela previdência social, são dos trabalhadores de enfermagem. Objetivo: analisar os estudos sobre DORT nos trabalhadores de enfermagem, publicados na literatura científica nacional, no período de 2003 a 2012. Método:Trata-se de uma revisão de literatura. Inicialmente foi acessado o site www.bireme.br e por meio da Terminologia em Saúde, consultados e identificados os seguintes descritores: enfermagem, transtornos traumáticos cumulativos, LER, DORT, doença ocupacional e riscos ocupacionais. Em seguida foi feito um levantamento da produção científica sobre o tema, existente em periódicos indexados nas bases de dados da Literatura-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), na Scientific Electronic Library OnLine (SCIELO), no National Library of Medicine (MEDLINE) e na Base de Dados Nacionais em Enfermagem (BDENF). Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um formulário com os seguintes itens: o tipo, nome, local e ano da publicação, nome e categoria profissional do autor, local onde foi realizado o estudo e a população estudada, tipo de estudo, sinais e sintomas apresentados pelos trabalhadores de enfermagem e tipo de tratamento. Resultados: Foram acessadas 301 publicações e excluídas 276, sendo então selecionadas 25 para análise. Este tema está concentrado em artigos de revista (76,0%), sendo o ano de 2008 em que mais se publicou; a Revista Acta Paulista de Enfermagem e a Revista Brasileira de Enfermagem concentraram maior número de publicações, com igual percentual (15,7%). O Estado que respondeu por maior número de publicações sobre esse tema foi o Rio de Janeiro (28,0%), seguido do Paraná (20,0%) e de São Paulo (16,0%). O enfermeiro foi o profissional que mais publicou, seja isoladamente (68,0%) ou em parceria com o fisioterapeuta, médico e pesquisadora da Fiocruz (4,0%). Quanto ao delineamento do estudo, 52,0% tiveram abordagem quantitativa, 32,0% qualitativa, predominando os estudos descritivos, exploratórios, de campo. Os sinais e sintomas descritos mais frequentemente foram a dor (36,5%), a fadiga e parestesia (9,7%). A coluna vertebral foi a região mais afetada (35,8%) seguida dos MMSS (33,3%) e o tratamento mais citado foi a fisioterapia (27,2%), seguido do medicamentoso, psicoterapia e repouso com igual percentual (18,1%), ressaltando-se a necessidade de associar vários tratamentos para amenizar os sintomas dolorosos. Conclusão: este estudo possibilitou conhecer os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho que acometem os trabalhadores de enfermagem, publicados na literatura científica nacional.

Palavras-chave


Enfermagem; Saúde do Trabalhador; Transtornos Traumáticos cumulativos; Doença Ocupacional.

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