DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES REFERIDOS PELOS ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL GERAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SP: UM ESTUDO ASSOCIATIVO

Erica de Morais Serqueira, Arlete Silva

Resumo


No trabalho da equipe de enfermagem, essencialmente realizado em instituições hospitalares, estão presentes as cargas de trabalho que influenciam o processo saúde-doença desse trabalhador, que pela exposição constante podem adoecer. Os agravos apresentados pelos trabalhadores podem expressar-se imediatamente após a exposição, como ocorre nas lesões causadas pelos acidentes de trabalho ou após um determinado período de tempo, as morbidades específicas, como por exemplo as lombalgias, estresse e infecções, dentre outras. As doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo ocupam os primeiros lugares nas estatísticas de morbidade em todos os países, especialmente as dorsalgias, que representam um risco para os trabalhadores de enfermagem, profissionais suscetíveis a problemas na coluna vertebral, devido às atividades que desenvolvem e as condições de trabalho. Assim, este estudo teve por objetivos caracterizar as variáveis sociodemográficas, profissionais, prática de exercícios físicos e índice de massa corporal (IMC) dos enfermeiros de um hospital geral do município de São José dos Campos (SP) e verificar a associação dessas variáveis com os distúrbios osteomusculares por eles referidos. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, transversal, com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída por 63 enfermeiros que participaram do estudo primário Avaliação de Saúde dos Trabalhadores de um Hospital Geral de São José dos Campos-SP, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Taubaté (Parecer nº 556/11), cujos dados foram armazenados em um banco de dados. Para a coleta de dados, a aluna bolsista acessou o banco, recortando as variáveis sociodemográficas, profissionais, prática de exercício físico, IMC e morbidade referida. Os resultados obtidos foram apresentados em tabelas e analisados quantitativamente, considerando-se significativo p<0,05. Observou-se predomínio do sexo feminino (84,1%), de etnia branca (77,1%), idade entre 30 e 40 anos (59,7%), casados/amasiados (46,0%), com até 5 anos de trabalho na instituição (68,2%) e renda familiar declarada entre 5 a 10 salários mínimos (56,7%); a maioria (62,9%) não tem outro emprego, trabalha nos fins de semana (79,0%), refere a prática de exercícios físicos regulares (65,6%) e estava na faixa de peso normal (52,4%). A maioria (88,9%) apresenta queixas de saúde, sendo as mais frequentes as doenças do sistema osteomuscular e conjuntivo (63,5%), principalmente as dorsalgias. A associação entre as dorsalgias e as variáveis estudadas (sociodemográficas, profissionais, prática de exercício físico, IMC e morbidade referida) mostrou que apenas a infecção urinária teve significância estatística (0,0181), com OR de 3,91. Conclui-se que as dorsalgias não se associaram com nenhuma das variáveis estudadas, exceto a infecção urinária, talvez devido ao tamanho da amostra.

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