AVALIAÇÃO DAS ESPÉCIES Enterococcus faecallis, Staphylococcus warneri E Staphylococcus aureus EM ADULTOS COM PERIODONTITE CRÔNICA GENERALIZADA

Aretuza Fritoli Simberg, Magda Feres

Resumo


Justificativa: A identificação dos microrganismos associados à etiologia das diferentes infeções do corpo humano é o primeiro passo para se estabelecer terapias efetivas. Aggregatibacter actinomicentencomitans, Porphyromonas gingivalis, Treponema denticola e Tannerella forsythia são reconhecidos como patógenos periodontais, e foram identificados principalmente por técnicas de cultura ou de biologia molecular. Estudos recentes utilizando técnicas de biologia molecular open ended (que buscam identificar todo o conteúdo do biofilme subgengival) mostraram que mais de 500 espécies bacterianas podem colonizar o ambiente subgengival, e uma revisão sistemática recente do nosso grupo de pesquisa sugeriu a existência de pelo menos 18 novos patógenos periodontais. Porém, ainda há uma escassez de dados na literatura sobre o papel de cada uma dessas novas espécies na etiologia das periodontites e realização de estudos de associação é o ponto de partida para o avanço do conhecimento nessa área. Objetivo: identificar e quantificar os níveis de três desses possíveis novos patógenos (Enterococcus faecallis, Staphylococcus warneri e Staphylococcus aureus) em indivíduos periodontalmente saudáveis e com periodontite avançada, com o propósito de estabelecer melhor o papel dessas espécies bacterianas na etiologia das infecções periodontais. Métodos: Foram selecionados 30 indivíduos com periodontite crônica e 10 periodontalmente saudáveis que procuraram atendimento odontológico na Universidade Guarulhos. Os parâmetros clínicos de índice de placa, sangramento gengival, sangramento à sondagem, supuração, PS e NCI foram medidos em 6 sítios por dente, e nove amostras de biofilme subgengival foram coletadas por indivíduo e analisadas pela técnica de checkerboard DNA-DNA hybridization para níveis de E. faecallis, S. warneri e S. aureus. Resultados: Os níveis médios de E. faecallis e S. warneri estavam mais altos no grupo de periodontite crônica do que no de saúde periodontal (p<0.05). Além disso, um maior percentual de indivíduos com periodontite estavam colonizados pelas três espécies avaliadas em comparação com os indivíduos saudáveis (p<0.05). Essa diferença entre os dois grupos foi de 40 pontos percentuais para E. faecallis (presente em 90% dos indivíduos com periodontite e 50% dos saudáveis) e S. warneri (100% e 60%, respectivamente) e de 26 pontos percentuais para S. aureus (86% e 60%, respectivamente). Conclusão: Os resultados do presente estudo sugerem que E. faecallis, S. warneri tem um bom potencial para serem patógenos periodontais. O papel do S. aureus foi menos evidente, uma vez que esta espécie foi encontrada em níveis relativamente elevados e estavam mais prevalentes na saúde periodontal. Estes dados podem orientar futuros estudos sobre o real papel dessas três espécies de bactérias na etiologia da periodontite e ajudar a estabelecer tratamentos mais eficazes para estas infecções.

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