O DENVER II NA LITERATURA BRASILEIRA: DIVERSIDADES NA SUA APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO

Melina Assi Vieira, Ana Llonch Sabates

Resumo


A produção científica brasileira relacionada à utilização do Denver II, que há mais de quatro décadas vem sendo utilizado no Brasil, retrata expressiva diversidade na sua tradução e interpretação quando comparados com a versão padronizada para a criança brasileira. Este estudo teve como objetivo verificar na literatura nacional como os autores denominaram e interpretaram o Denver II na avaliação do desenvolvimento da criança. Foi realizada uma busca nas bases de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online), utilizando os descritores: creche, desenvolvimento infantil, pré-escola, educação infantil, criança, Denver II, enfermagem pediátrica. Trata-se de um estudo de revisão de literatura, exploratório-descritivo com abordagem quantitativa. A análise dos 46 artigos que atenderam os critérios de inclusão mostrou que a denominação das áreas do desenvolvimento foi semelhante à proposta do Denver II, pessoal social (84,78%); motor-fino-adaptativo (39,13%); motor grosso (21,73%) e linguagem (93,48%). Em relação à denominação dos escores observou-se que 15,21% dos estudos denominaram de Passou aos itens em que a criança realizou a tarefa, conforme indicado pelo autor do Denver II, 13,04% nomeou de Passa e 2,18% de realiza ou acertar. O escore falhou foi encontrado em 15,21% dos artigos e denominado de Falha em 15,21% e de Falhar em 2,18%. O escore Recusou foi o que menos se assemelhou à padronização do Denver II para a criança brasileira recebendo nomes como Recusa, Não testável, Recusar, Recusa-see RE. O escore Sem Oportunidade foi denominado de Não Observado, Não houve oportunidade e Não foi possível testar. Na interpretação dos escores o Denver II, versão brasileira, denomina de Cautela e Atraso aos itens em que a criança Falhou entre 75% e 90% ou não realizou o item apos 90% respectivamente no entanto, os autores dos artigos nomearam a Cautela de Atenção, Risco Cuidado/atraso, Suspeita, Requerendo atenção, Cautela ou Atraso, Cuidado ou Cautela e Falha. O escore Atraso recebeu a denominação de Falha em 13,04%. Na interpretação do Teste o que mais se destaca foi a denominação do teste Questionável como Suspeito, Suspeita de atraso, Risco, e Anormal. Os resultados mostraram que os autores desconhecem os termos corretos dos escores e das interpretações dos mesmos o que prejudica a comparação dos dados nas investigações.

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