ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DO ABORTAMENTO EM ADOLESCENTES

Filipe Souza Lemos, Edla Nery Bezerra, Jaalla Fúlvia Pereira da Silva, Ingryd Mendes Cavalcanti Couto, Lara Oliveira Araújo, Tatiane Gomes Guedes

Resumo


Introdução: A adolescência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma fase do desenvolvimento humano que vai dos 10 aos 19 anos, constituindo-se de um momento de descobertas e incertezas, sobretudo no que tange ao desenvolvimento sexual e reprodutivo. Nesta fase, muitas jovens iniciam sua vida sexual precocemente, onde muitas vezes, devido ao não uso ou uso indevido dos métodos contraceptivos, acabam em casos de gravidez não planejada, que pela confluência de alguns fatores, desemboca no processo de abortamento. Objetivo: descrever características epidemiológicas das jovens que passam pelo processo de abortamento no período da adolescência. Método: Realizou-se uma revisão bibliográfica da literatura nas bases de dados LILACS e MEDLINE e na biblioteca virtual SCIELO, utilizando os descritores "Abortamento", "Adolescência" e "Saúde reprodutiva". Foram encontrados 20 artigos. Após a leitura dos artigos na íntegra e aplicação dos critérios de inclusão, ou seja, artigo com texto completo disponível, escrito no idioma Português e com recorte temporal nos últimos 16 anos (2000 2016) restaram sete artigos que compuseram a amostra do estudo. Resultados: os resultados indicaram que o número de jovens entre os 15 e os 19 anos que engravidam vem aumento ao longo da década, ao passo que a taxa de fecundidade do país vem diminuindo. O abortamento acompanha a mesma lógica. Além disto, a maioria os abortos são observados em jovens de cor parda (mulatas), fora de faixa em relação aos estudos e morando com os pais. Observa-se que o medo dos pais e a pressão por parte do parceiro são fatores cruciais na decisão pelo abortamento. Os estudos evidenciam ainda que todo o processo do aborto é extremamente difícil de ser enfrentado. Conclusão: Observa-se que a crescente incidência de abortos é fruto de uma educação sexual verticalizada. É necessário, pois, a implementação de políticas públicas educativas transversais voltadas, sobretudo, para os jovens, com a finalidade de incutir nestes as premissas para a descoberta sadia da sexualidade e para o desenvolvimento do planejamento familiar.

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