USO DE CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA NO TRANSPLANTE CARDÍACO: RELATO DE CASO

Diego da Silva Neves, Salete Maria de Fátima Silqueira, Wágner do Nascimento Carvalho, Valéria Cristina da Silva

Resumo


Introdução: O transplante cardíaco é a melhor opção terapêutica, para os pacientes em tratamento de Insuficiência Cardíaca Classe Funcional III e IV, refratária ao tratamento clínico com sinais de mal prognóstico (1,2). A circulação extracorpórea compreende o conjunto de máquinas, aparelhos, circuitos e técnicas que podem substituir temporariamente, as funções do coração e pulmões, enquanto esses órgãos ficam excluídos da circulação, sendo usada no transplante cardíaco e algumas cirurgia cardíacas (3). Objetivo: Descrever o uso de circulação extracorpórea no transplante cardíaco de paciente portador de miocardiopatia dilatada idiopática familiar. Método: Trata-se de um relato de caso, de caráter descritivo com abordagem qualitativa. Respeitou-se os critérios do COEP com autorização mediante ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelo paciente em questão. Resultados: Paciente gênero masculino, 30 anos, relatou cansaço, fadiga e tontura durante caminhada em 2007. Após seis meses, procurou atendimento hospitalar com dispnéia, cansaço excessivo e taquicardia, sendo encaminhado ao hospital e iniciado acompanhamento e tratamento com medicamentos em domicílio. Em 2015, apresentou piora geral e diagnóstico de miocardiopatia dilatada idiopática familiar Classe Funcional III estágio D. Dia 11/08/16 realizou transplante cardíaco com utilização de circulação extracorpórea para condução do procedimento. Com Tempo de Coagulação Ativado de 1000 segundos após heparinização de 126mg de heparina, iniciou circulação extracorpórea e hipotermia a 32°C, fluxo arterial na bomba centrífuga de 2,1 - 2,5 - 2,9L/min, fluxo de gás 2L com FiO2 50-60%. Administrado 50mL de manitol. Colhido exames laboratoriais e corrigido alterações. Não houve necessidade de hemofiltração, apresentou diurese de 1000mL, com volemia ajustada e hematócrito de 27%. Normalizado temperatura. Utilizado 66minutos de clamp aórtico e 95 de circulação extracorpórea. Feito reversão da heparinização com protamina 1:1. Encaminhado para unidade de terapia intensiva cardiológica com alta da unidade no quinto dia pós-operatório e seguiu via enfermaria aguardando biópsia endomiocárdica para avaliação e alta hospitalar. Conclusão: O transplante cardíaco é um procedimento de alta complexidade que exige trabalho da equipe multiprofissional envolvidas em todas suas etapas e para que seja desempenhado de forma eficaz, deve-se contar com padrões adotados com base na experiência, protocolos e rotinas estabelecidas pelos serviços. Em relação à circulação extracorpórea no transplante, é eficaz na maioria dos casos, sem impactar em danos irreversíveis ao paciente. Para tanto, deve-se atentar aos fatores desencadeantes de complicações e realizar as intervenções.

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1) UnG - Universidade Guarulhos 2) Indexador: Latindex 3) Indexador: Dialnet