RAIVA HUMANA NO CENÁRIO BRASILEIRO

Marcelo Luiz Medeiros Soares, Nathália Alves Castro do Amaral, Geilson Lobo de Melo, Aline Luzia Sampaio Guimarães

Resumo


Introdução: A raiva é uma das mais antigas doenças reconhecidas pela humanidade, se manifestando como uma encefalite viral aguda transmitida pela mordida ou contato com a saliva de animais contaminados. Apresenta-se sob duas formas clássicas: a paralítica, em que ocorre paralisia progressiva a partir do local da agressão; e a furiosa, quando há hiperexcitabilidade, agressividade e espasmos musculares laringo-faríngeos. A doença alcança 100% de letalidade, porém é imunoprevenível, tanto ao ser humano quanto aos outros mamíferos. Objetivo: Analisou-se o perfil dos casos notificados de raiva no Brasil entre os anos 2007 e 2012, quanto às características sociodemográficas, de distribuição espacial e de cobertura vacinal pré e pós-exposição. Método: Delineamento transversal com base nos dados fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Para o georreferenciamento, utilizou-se o software ArcGIS 10.4.1. Resultados: Foram confirmados 10 casos, verificando-se o decréscimo ao longo dos anos. Quanto ao gênero dos envolvidos, houve maior prevalência entre o sexo masculino (70%), entre 20 e 39 anos (40%) e com até 8 anos de estudo (40%). A taxa de letalidade alcançou 90% da amostra. Quanto à configuração espacial, a Região Nordeste foi responsável por 70% das notificações, seguida da Região Centro-Oeste (20%) e Região Sudeste (10%). Em 70% dos casos, o paciente não havia realizado a imunoprofilaxia da pré-exposição ao vírus e em 60% dos casos, o paciente não realizou a imunoprofilaxia pós-exposição. Além disso, em 60% dos casos, o animal agressor não havia sido imunizado. Conclusão: A população acometida pela doença refere-se a homens, adultos jovens e com baixa escolaridade, destes mais de metade não fez a profilaxia pré-exposição e pós-exposição, e a maioria dos animais agressores não havia recebido a vacina antirrábica. Observa-se diminuição da ocorrência da raiva humana no Brasil, sendo importante destacar a maior cobertura de vacina antirrábica animal, assim como a oferta de vacina pré-exposição e pós-exposição, como fatores determinantes por tal feito. Logo, a vigilância para o controle do agravo deve ser permanente, e de acordo com o preconizado e normatizado pelo Ministério da Saúde.

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