CARACTERÍSTICAS DA AUTOMEDICAÇÃO: UMA REVISÃO LITERÁRIA

André Luiz de Alcântara Batista Silva, Simone de Miranda Macêdo

Resumo


Introdução: Automedicação abrange as diversas formas pelas quais o indivíduo ou responsáveis decidem, sem avaliação médica, o medicamento e como irão utilizá-lo para alívio sintomático e cura, compartilhando remédios com outros membros da família ou do círculo social, utilizando sobras de prescrições ou descumprindo a prescrição profissional, prolongando ou interrompendo precocemente a dosagem e o período de tempo indicados na receita (ARMAIS et al, 1997). O consumo de medicamentos pode ser considerado um indicador indireto de qualidade dos serviços de saúde, onde as crianças e adolescentes representam um grupo fortemente predisposto ao uso irracional com e sem controle médico (BRICKS, 2003). Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre o uso indiscriminado de medicamentos. Método: Trata-se de uma revisão realizada por meio da base de dados SCIELO, sendo selecionados artigos publicados entre 1990 e 2015 no Brasil. Resultados: Segundo Bricks (apud PEREIRA et al, 2007) os analgésicos/antipiréticos e anti-inflamatórios não hormonais foram os medicamentos mais citados como consumidos na automedicação, indicando que, de maneira geral, o consumo esteve principalmente associado ao tratamento sintomático da dor. Além da idade e do sexo, outros fatores predisponentes para o uso de medicamentos têm sido identificados no País (ROZENFELD, 2003). No grupo dos idosos, as mulheres mais velhas, com maior renda familiar e com mais sintomas utilizam mais medicamentos prescritos. Estudo realizado no estado do Rio de Janeiro demonstrou que quase 30% dos idosos entrevistados consomem medicamentos não prescritos, sem diferenças entre os gêneros, sendo a maioria dos consumidores, entre 60 a 69 anos e que possuem menor renda familiar (ROZENFELD, 2003). Sendo assim, o uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. Conclusão: Foram encontrados poucos estudos que apresentem estatísticas do tema em diferentes ciclos da vida. Diferentes classes de medicamentos são utilizadas de forma indiscriminada pela população brasileira e inúmeros são os danos à saúde em diferentes idades. Pesquisas adicionais são necessárias antes que uma clara compreensão do fenômeno seja alcançada.

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