PERFIL DOS HOMICÍDIOS FEMININOS NA CAPITAL PERNAMBUCANA ENTRE OS ANOS DE 2010 E 2014

Sheyla Carvalho de Barros, Maria Olívia Soares Rodrigues, Daniela Pereira da Silva, Conceição Maria de Oliveira

Resumo


Introdução: Foram registrados no Brasil, através do Sistema de Informação sobre Mortalidade, mais de 100 mil óbitos de mulheres por homicídios no período de 1980 a 2014, representando uma taxa média de 5,13 óbitos por 100.000 mulheres. Objetivo: Descrever o perfil dos homicídios de mulheres residentes no Recife, de 2010 a 2014. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo de corte transversal, com dados secundários do Sistema de Informação sobre Mortalidade da Secretaria de Saúde do Recife, capital de Pernambuco. A população do estudo correspondeu a todos os óbitos de mulheres, a partir dos 10 anos de idade, residentes no Recife cuja causa básica de morte registrada na Declaração de Óbito foi homicídio, ocorridos no período de 2010 a 2014. As análises estatísticas foram feitas através do SPSS. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do IMIP, CAAE 53676316.8.0000.5201. Resultados e Discussão. No período do estudo ocorreram 193 óbitos de mulheres por homicídio no Recife. O coeficiente de mortalidade variou de 6,7/100.000 mulheres em 2010 (49 óbitos) para 3,5 em 2014 (27 óbitos) representando uma redução de 47,7%. Houve predominância dos homicídios na faixa etária de 20 a 29 anos (32,6%), seguida de 30 a 39 anos (29,0%), com idade média de 31 anos. A quase totalidade eram pardas (83,9%), solteiras (83,4%) e não possuíam trabalho remunerado (55,9%). A variável escolaridade apresentou cerca de 25% de não preenchimento e/ou ignorado. A maioria dos óbitos ocorreu na via pública (49,7%) seguido de hospital (30,6%) e por meio de disparo de arma de fogo (67,3%). O bairro do Ibura, na zona Sul do Recife, era local de residência de 7,4% das vítimas e 15% dos óbitos ocorreram no bairro do Derby. Conclusão: Os resultados indicam que o coeficiente de mortalidade por homicídio de mulheres apresentou declínio em Recife. O perfil das vítimas representa características de desigualdade socioeconômicas

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