FATORES PREDISPONENTES PARA A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO NO BRASIL: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Marília Leyenn Fernandes de Santana Silva, Edla Nery Bezerra, Elivalda Andrade Silva, Ester Pestana Queiroz, Denize Ferreira Ribeiro, Estela Maria Leite Meirelles Monteiro

Resumo


Introdução: O envelhecimento populacional é uma realidade decorrente principalmente de quedas na fecundidade, que aliados aos avanços tecnológicos e científicos, têm possibilitado um aumento na expectativa de vida. Este é considerado um fenômeno mundial que, no Brasil, vem ocorrendo de maneira bastante acelerada. O processo de envelhecimento traz consigo alterações orgânicas que podem afetar diretamente a saúde dos idosos, comprometendo diversas esferas como as funções executivas, a memória e a perda cognitiva, que predispõe o aparecimento de várias doenças e leva-os a necessitar de ajuda e cuidados, principalmente dos familiares. Contudo, mediante as transformações ocorridas na sociedade, essas atribuições passam, então, a ser atendidas por organizações alheias à família, as instituições de longa permanência para idosos (ILPIs). Objetivo: Evidenciar os fatores predisponentes para institucionalização do idoso no Brasil. Método: Realizou-se uma revisão bibliográfica da literatura na Biblioteca Virtual de Saúde (BIREME), onde foram escolhidos artigos publicados no período de 2010 a 2015, com texto completo e no idioma português, através dos descritores Institucionalização, Idosos, Epidemiologia. Resultados e Discussões: Dentre os fatores que contribuem para a institucionalização dos idosos estão as doenças crônico-degenerativas, suas sequelas, e a hospitalização recente, principalmente devido as quedas, que são resultados de um estado de maior fragilidade e vulnerabilidade do idoso. Estes, quando ficam doentes e dependentes, demandam cada vez mais gastos financeiros, passando, consequentemente, a interferir na vida dos familiares. No entanto, no contexto social onde se insere a nova configuração das famílias brasileiras, o ritmo de vida imposto pelo mundo capitalista e as dificuldades de ordem financeira da maioria delas têm gerado obstáculos para a manutenção do idoso em seu lar, uma vez que acaba sobrecarregando os familiares devido a demanda mais intensa por cuidados. Além disso, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, essas atribuições vêm deixando de ser um domínio exclusivo da esfera familiar, pois essa geração já não está mais tão disponível para a prestação dos cuidados como antes. Há ainda a diminuição progressiva na capacidade funcional, que gera dependência para realizar atividades de vida diária como banhar-se, vestir-se, alimentar-se, usar o sanitário e manter a continência urinária e anal, levando os idosos a uma situação de dependência e necessidade de cuidados pessoais em tempo integral. Outros fatores também importantes são a demência, que contribui para o abandono, a rejeição da família, e o fato de muitos idosos brasileiros necessitarem morar sozinhos, de não contarem com suporte social satisfatório e possuírem baixa renda. Conclusão: A demanda por cuidados advém das várias alterações fisiológicas que ocorrem com a senescência, com velocidades variáveis e mais ou menos acentuadas, de acordo com as características pessoais de cada idoso. Diante disso, em decorrência do aumento do número de idosos e longevidade da população, a que se somam as dificuldades socioeconômicas que envolvem os idosos e seus familiares, o comprometimento da sua saúde, ausência de cuidador e os conflitos familiares, cresce a demanda por instituições de longa permanência para idosos.

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