ANÁLISE CLÍNICA E HISTOLOGICA DA MANIPULAÇÃO TECIDUAL AO REDOR DE IMPLANTES POR MEIO DA ENXERTIA DE MATRIZ COLÁGENA

Danielle de Souza Moura, Marcelo Faveri

Resumo


Introdução: a ausência de tecido queratinizado ao redor tanto de implantes quanto em elementos dentais além de ser desfavorável para se obter uma estética ideal, está relacionada à manutenção da saúde tecidual. O enxerto de tecido mole contribui em um aumento de mais de 40% no volume final na região peri-implantar, melhora na estética e pode contribuir para a manutenção dos níveis ósseos ao redor dos implantes (SCHNEIDER et al., 2011; AKCALI et al., 2016). Atualmente, dentre os enxertos não autógenos, o heterólogo é o mais utilizado e tem sido investigado como uma rica fonte de colágeno com grande potencial para ser utilizada como biomaterial devido a sua inerente biocompatibilidade, resistência mecânica e baixa imunogenicidade (Becker 1998, Adedeji et al. 2002). Objetivo: o presente estudo teve como objetivo avaliar as alterações clínicas e histológicas ocorridas ao redor da mucosa alveolar sobre implantes que foram submetidos a enxertia de matriz colágena 3D de origem xenógena no momento da implantação. Método: foram selecionados 10 participantes, que foram submetidos a cirurgia de instalação de implantes com a associação de matriz colágena na região do implante (n=14 implantes). Previamente a instalação dos implantes, os indivíduos foram submetidos a um exame clínico para coleta de informações sobre: a largura da mucosa ceratinizada na região de instalação do implante (LMC) e medida a espessura da mucosa ceratinizada (EMC) na região de eleição para instalação dos implantes dentais. Posteriormente, os implantes dentais foram instalados conforme normas descritas pelo fabricante e os enxertos foram posicionados na crista óssea e posteriormente as bordas do retalho foram reaproximadas e suturadas. Aos trinta e sessenta dias meses após a instalação dos implantes, os participantes foram submetidos a novo exame clínico de espessura e largura da mucosa ceratinizada e a cirurgia para reabertura dos implantes e instalação do cicatrizador foi realizada, conforme orientação do fabricante. Resultado: observou-se um aumento significativo na espessura tecidual entre o início do estudo e 30 e 60 dias pós-cirurgia na região vestibular (EV) de instalação dos implantes (p=0.00). Também observamos um aumento de aproximadamente 2,3 mm na espessura do tecido gengival na região de crista óssea (EC) aos 30 dias, sendo que este ganho permaneceu em aproximadamente 2,0 mm aos 60 dias pós-cirurgia (p=0.00). As análises dos cortes histológicos demonstram não haver remanescente da membrana de colágeno aos 30 e 60 dias pós-cirurgia. Não foram observadas diferenças estatísticas nas analises histometricas de espessura de tecido epitelial, tamanho da biópsia, espessura da camada córnea e da quantidade de infiltrado inflamatório. Conclusão: a membrana colágena 3D de origem suína promove um ganho de espessura tecidual na região vestibular e sob a crista óssea aos 30 e 60 dias pós-cirurgia. Do ponto de vista histológico, o padrão de reparo permanece estável até 60 dias pós cirurgia.

Palavras-chave


Implantes Dentários; Mucosa bucal; Peri-Implantite.

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