EXPANSÃO RÁPIDA MAXILAR NA ODONTOPEDIATRIA

Lorayne Caroline Batista Silva do Carmo, Maurilo de Melo Lemos

Resumo


Objetivo: o objetivo deste trabalho é salientar a importância da expansão rápida da maxila (ERM) como forma de tratamento nos estágios iniciais do desenvolvimento da oclusão, minimizando os efeitos negativos na dentição mista e permanente, a partir da correção da mordida cruzada esquelética. Materiais e Métodos: esta apresentação é um relato de um caso clínico de uma paciente de 5 anos e 2 meses, sexo feminino, variação biométrica baixa, do tipo mesofacial, perfil côncavo, linha queixo-pescoço aumentada, ângulo queixo-pescoço fechado, dentição decídua, plano terminal degrau mesial, arco tipo I de Baume, mordida cruzada esquelética anterior e posterior, protrusão mandibular, tendência de crescimento horizontal e incisivos superiores e inferiores verticalizados entre si e retruídos. A paciente foi tratada por meio da ERM, com a correção da mordida cruzada anterior e posterior (nos sentidos transversal e anteroposterior). Foi utilizado o aparelho expansor dentosuportado do tipo hyrax modificado, com duas bandas nos segundos molares superiores decíduos e uma extensão na região dos caninos decíduos. Foi solicitada uma radiografia panorâmica inicial para a avaliação da paciente. Após a instalação do expansor pela técnica mista (cimentação - cimento ionômero de vidro e colagem - com resina composta fotopolimerizável), o responsável foi orientado sobre o protocolo de ativação do expansor, ativando 2 quartos de volta ao dia, com intervalo de 12 horas entre as ativações, durante 18 dias. Após este período, observou-se a presença de um diastema entre os incisivos centrais superiores decíduos e o descruzamento da mordida. Foi solicitada uma nova radiografia panorâmica, confirmando a abertura do diastema interincisivos comprovando a abertura da sutura palatina mediana. Após a verificação da correção obtida o parafuso foi preenchido com resina acrílica ativada quimicamente e a paciente foi orientada para manter o aparelho por um período de 9 meses (fase de contenção passiva), permitindo a neoformação óssea na região da sutura. Resultados: a ERM é um procedimento ortopédico-ortodôntico que visa adequar a maxila no sentido transversal. Pode ser considerada uma alternativa de tratamento efetivo na correção de mordida cruzada esquelética, uma vez que promove a abertura da sutura palatina mediana, expressando um ganho ósseo real em largura, pois o movimento ortopédico ocorre por ultrapassar o limite bio-elástico da resistência sutural. Além disso, pode-se observar um movimento ortodôntico, devido à inclinação alveolar dos dentes. No caso clínico relatado, a ERM obteve resultados positivos, descruzando a mordida durante a dentição decídua. A importância da correção do problema para que o mesmo não se estendesse na dentição mista e permanente, corrigindo o trespasse horizontal negativo e propiciando uma relação adequada entre as bases ósseas e também dentária. Conclusão: a ERM é um tratamento eficaz na correção da mordida cruzada esquelética em pacientes em crescimento, principalmente no período pré-puberal, onde as alterações ortopédicas são mais evidentes. Salientando ainda que a correção por meio da intervenção precoce, na dentição decídua, eliminando o problema e ressaltando que a mordida cruzada não se autocorrige, e por fim poderia acarretar efeitos negativos no desenvolvimento da oclusão.

Palavras-chave


Técnica de Expansão Palatina; Ortodontia; Má Oclusão

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