PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ClÍNICAS DO CARCINOMA ESPINOCELULAR DA CAVIDADE BUCAL

Priscila Cardoso Silva, Sheilla Oliveira Ferreira, Eliane Anjos Queiroz

Resumo


Priscila Cardoso da Silva1, Sheilla Oliveira Ferreira2, Eliane dos Anjos Queiroz3 priscila.854@hotmail.com

A incidência do câncer de boca no Brasil é uma das mais altas do mundo, estando entre os 6 tipos mais comuns que acometem o sexo masculino e entre os 8 mais comuns que atingem o sexo feminino. Cerca de 90% a 95% dos casos são diagnosticados como carcinoma espinocelular (CEC). A sinonímia do CEC é: carcinoma de células escamosas e carcinoma epidermóide. O cirurgião dentista deve ter como objetivo identificar lesões com potencial de malignização ou lesões malignas no estágio inicial, pois a aparência clínica do CEC pode ser confundida com outras lesões, como pôr a afta, levando a um o diagnostico final incorreto. Para tal deve-se levar em consideração as áreas anatômicas de maior prevalência: língua e assoalho bucal, e as características de lesões fundamentais clássicas como úlceras, que em estágios avançados leva a dor irradiante e espontânea. Para o diagnostico definitivo o exame complementar preconizado é a biópsia, e sendo o resultado positivo para CEC, os tratamentos podem envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia. É de extrema importância mencionar que os tratamentos citados acima podem ter um impacto na qualidade de vida dos pacientes, e podem afetar funções do sistema estomatognático, como a capacidade para engolir, mastigar, falar e sentir o gosto dos alimentos podem ser afetados. A autoestima também é comprometida, visto que os pacientes sentem dor, a sua aparência é lesada e diversas atividades normais do cotidiano ficam comprometidas. Esses aspectos devem ser considerados antes, durante e após o tratamento, já que muitos pacientes vão conviver com sequelas que poderão afetar a qualidade de vida por longos períodos.
Objetivo: a presente pesquisa teve por objetivo fazer uma revisão de literatura para demonstrar as principais características clínicas do carcinoma espinocelular (CEC).
Materiais e métodos: As informações foram coletadas de publicações científicas e livros com a finalidade de revisão de literatura que descrevessem os aspectos clínicos do carcinoma espinocelular. As bases de dados consultadas foram: PUBMED, LILACS e Google Acadêmico. As variáveis analisadas incluíram idade, sexo, lesão fundamental e localização anatômica.
Resultados: De acordo com os dados coletados a causa do carcinoma de células escamosas oral é multifatorial, acometendo principalmente indivíduos do sexo masculino e com idade acima de 50 anos. As áreas mais acometidas são: língua, assoalho, área retromolar, pilar amigdalino anterior, mucosa jugal e rebordo alveolar. Tem uma apresentação clínica variada, incluindo as seguintes: exofítica (formação de aumento de volume vegetante, papilar ou verruciforme); endofítica (invasiva, escavada, ulcerada); leucoplásica (mancha branca); eritroplásica (mancha vermelha) e eritroleucoplásica (combinação de áreas vermelhas e brancas).
Conclusões:
A lesão fundamental mais prevalente do CEC é a úlcera, a mesma que expressa uma das doenças bucais mais comuns e benevolentes que ocorrem a boca, que é a Afta, daí a importância do profundo conhecimento do comportamento clínico de ambas por parte do Cirurgião Dentista.
As lesões do CEC não desaparecem espontaneamente ou após a remoção de agentes traumáticos locais
A dor só está presente em estádios mais avançados, e pode ser acompanhada de fixação da língua, dificuldade para falar, para deglutir e sangramento espontâneo ou provocado por traumas mínimos.
Acomete ambos os sexos, com maior prevalência no sexo masculino. A quinta década é a mais acometida.
O exame clínico de rotina, metódico e sistematizado, pode levar à identificação precoce de lesões potencialmente malignizáveis e do CEC em estádios iniciais, contribuindo para maior sobrevida e melhor qualidade de vida dos pacientes.

1 Aluna do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Guarulhos (UnG).
2 Aluna do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Guarulhos (UnG).
3 Cirurgiã-dentista, Professora da Universidade Guarulhos (UnG). (Orientadora)

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Palavras-chave


Neoplasias bucais; Carcinoma de células escamosas; Diagnóstico bucal

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