USO DA MANOBRA DE VALSALVA MODIFICADA PARA REVERSÃO DE TAQUICARDIAS SUPRAVENTRICULARES PAROXÍSTICA- UMA REVISÃO NARRATIVA

Raphael Alves da Silva, Ana Claudia de Araujo Silva, Jessica Dantas Pessoa, Jessica Fernanda Freire da Silva Gaudêncio, Kassandra Rozendo Correia, Ana Claudia Carneiro dos Santos

Resumo


Introdução: A manobra de valsalva é recomendada por diretrizes internacionais para tratamento da taquicardia supraventricular paroxística em serviços de emergência, (criada pelo médico italiano Antônio Maria Valsalva). A manobra de valsalva modificada consiste em: o paciente em posição semi-reclinada deve produzir uma pressão de 40mmhg por 15 segundos soprando uma pequena mangueira ligada ao esfigmomanômetro ou uma seringa de 10 ml, porém, ao final dos 15 segundos o paciente era rapidamente colocado em posição supina com elevação das pernas. Dessa forma existe um aumento da pressão intra-abdominal e o desencadeamento do reflexo vagal (nervo vago). Durante uma manobra de valsalva modificada a glote é fechada e a pressão intra-abdominal é aumentada pela contração do diafragma e músculos abdominais, havendo também um aumento da pressão intratorácica pela força de contração da musculatura respiratória assim diminuindo o ritmo cardíaco. A manobra é segura, sendo sem indicações para estenose aórtica importante, infarto agudo no miocárdio recente (quatro semanas), glaucoma e retinopatia. Objetivo: Identificar na literatura científica formas de diminuir a necessidade de tratamento medicamentoso de emergência para taquicardias supraventriculares paroxísticas. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa com busca na base de dados PUBMED E SCIELLO, utilizando os descritores taquicardias supraventriculares, manobra de valsalva emergência. Os artigos selecionados compreendem um período de 5 anos, publicações completas e nos idiomas português e inglês que se enquadrassem no tema escolhido. Realizou-se um corte temporal do ano de 2015 a 2018. Após a seleção a partir dos critérios de inclusão e exclusão, 5 artigos foram lidos na integra e suas informações foram compactadas e organizadas. Resultados e discussão: A manobra de valsalva modificada foi testada em um estudo randomizado e controlado em 433 pacientes que chegavam ao pronto-socorro com taquicardia supraventricular estável. Esse estudo foi publicado na tradicional revista Lancet e demonstrou que a adoção da manobra de valsalva modificada apresentou reversão em 43% dos casos, comparado com 17% de reversão com a manobra tradicional, apresentando importante relevância estatística. Evitando assim o uso de adenosina em muitos pacientes. Os pacientes com fibrilação atrial e flutter atrial foram excluídos do estudo. Conclusão: Diante do exposto, podemos afirmar que esse estudo é de grande relevância, pois a manobra de valsalva modificada não apresenta riscos e sua adoção aumenta a chance de reversão da taquicardia supraventricular sem uso medicamentoso, visto que o uso de adenosina (medicação antiarrítmica de emergência) costuma ser bastante desconfortante para o paciente e possui uma série de efeitos adversos como bloqueio de átrio ventricular, flushing, dor torácica, hipotensão, dispneia, pode desencadear fibrilação atrial, roubo de fluxo coronário, além de sensação de morte iminente. São pequenas medidas como esta que podem ser adotadas no dia-a-dia do serviço hospitalar apresentando resultados satisfatórios.
Palavras-chave: Taquicardias supraventriculares; Manobra de valsalva; Emergência.

Palavras-chave


Taquicardias supraventriculares; Manobra de valsalva; Emergência

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