A ENFERMAGEM FRENTE AOS CUIDADOS BUCAIS DE PACIENTES EM UTI: IMPLICAÇÕES NO QUADRO GERAL

Beatriz Leodelgario Silva, Mateus da Costa Lima, Morganna Pollynne Nóbrega Pinheiro

Resumo


OBJETIVO: Ressaltar a importância dos cuidados à saúde bucal dos pacientes internados em UTI, e como a enfermagem atua nesse âmbito. Além disso, investigou-se, de acordo com os métodos de pesquisa, a respeito de como a ausência dessa saúde bucal pode influenciar no quadro geral do paciente de forma negativa e considerável, agravando por muitas vezes o estado desse indivíduo. MATERIAIS E MÉTODO: Refere-se à uma revisão bibliográfica, onde foram obtidos 15 artigos científicos em português e espanhol, publicados entre os anos de 2009 à 2018. Foram utilizados para a pesquisa in silico os bancos de dados da SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e revistas de saúde, e como descritores foram utilizados: enfermagem, unidade de terapia intensiva, saúde bucal, complicações, ventilação. RESULTADOS: A saúde bucal representa parte integrante e fundamental para um bom funcionamento e homeostase dos sistemas que compõem o corpo humano. Por representar uma região bastante vascularizada, faz com que os riscos para que um processo inflamatório e infeccioso venha a se desenvolver de forma facilitada e com uma rápida evolução, sobretudo àqueles pacientes que apresentam dependência de auto higiene. No que se refere aos cuidados à saúde bucal que esses pacientes requerem, internados em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde estando entubados por tubo orotraqueal (TOT) por exemplo, apresentam incapacidade de fala e, dessa forma, a proliferação bacteriana pela diminuição de O² se torna frequente. A especificidade do cuidado nessa área é explicada pelas condições gerais de saúde que a maioria dos internados nesse âmbito apresentam, sendo muitos deles imunossuprimidos, facilitando assim a presença e desenvolvimento de patógenos mais virulentos que aqueles desenvolvidos por indivíduos usuários de enfermarias. Tal facilidade pode representar uma grande ameaça ao desenvolvimento de maiores patologias, implicando na complicação do quadro geral do paciente, sendo o perfil do mesmo, na maioria dos casos, dependente de VM (ventilação mecânica), seja ela controlada, assistida controlada, ou das demais formas de administração da mesma. Nesses casos, os riscos para contaminação sem que haja a devida higienização oral (HO) se tornam maiores, sendo realidade em inúmeras internações em UTI. Tais contaminações promovem o aparecimento de patologias diversas, como as infecções do trato respiratório que vêm a ser as mais frequentes nas UTIs brasileiras, citando a Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM), sendo ela representante de altas taxas de prevalência. Apesar de não ser o único fator de risco para o desenvolvimento da mesma, os métodos de HO cooperam de forma significativa para que se evite-a. Essa atividade tão fundamental é atribuição da equipe de enfermagem, técnica, por meio da orientação e supervisão de um enfermeiro. Tal prática é dita como necessária a cada 6 horas, ou a cada 8 horas, dependendo do quadro em que o paciente esteja inserido. Em contrapartida, a enfermagem não apresenta domínio quanto às patologias odontológicas, refletindo assim, nas técnicas de higiene sendo aplicadas, na maioria dos casos, de forma insuficiente, acarretando no crescimento dessa incidência de enfermidades provocadas nos pacientes em UTIs, dependentes de VM. Além disso, as altas demandas de pacientes diariamente e, consequentemente, a carga de trabalho se tornando muito extensa, essas atividades mais "básicas" se tornam menos importantes quando comparadas às mais complexas. De forma sucinta, a HO é feita da seguinte maneira: utiliza-se uma escova dental extra macia, molhando em uma solução aquosa de clorexidina 0,12% aplicando em toda a região dentária, mucosas e língua, indicando-se que se aplique no sentido póstero-anterior. Em relação aos pacientes adêntulos, utiliza-se gaze, onde a mesma é imergida em clorexidina 0,12% e aplicada da mesma forma. De acordo com os estudos feitos, a enfermagem acredita que tais técnicas precisam ser melhoradas, bem como a participação e orientação de um cirurgião dentista torna-se imprescindível, aprimorando essa prática e contribuindo para uma melhor reabilitação de pacientes em UTIs, evitando infecções. CONCLUSÃO: Sendo assim, a enfermagem como sendo a primeira linha de responsabilidade referente à higienização bucal dos pacientes enfermos usuários da UTI, necessita de um aparato técnico-científico maior, treinamentos oferecidos por profissionais da área odontológica, para assim desempenhar de forma satisfatória tal prática, reduzindo riscos de aspiração e pneumonia, custos hospitalares, índices de morbidade e mortalidade, e recuperação tardia dos pacientes.

Palavras-chave


Enfermagem; Unidade de Terapia Intensiva Sáude bucal; Complicações; Ventilação.

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