ABORDAGEM ENDODÔNTICA EM PACIENTE HEPÁTICO FAZENDO USO DE BIFOSFONATO: RELATO DE CASO

Autores

  • Karina Sousa do Nascimento Silva Estudante de Odontologia da Uninassau Campina Grande - PB
  • Camila Pereira Soares Estudante de Odontologia da Uninassau Campina Grande - PB
  • Armiliana Soares Nascimento Docente da Uninassau Campina Grande - PB
  • Monica Soares Albuquerque

Palavras-chave:

Hepatite autoimune, bifosfanato, tratamento endodôntica, abcessp

Resumo

Objetivo: Relatar um caso clínico de um paciente com diagnostico de abscesso fênix e portador de hepatite autoimune (AIH), fazendo uso de corticóide, medicamento imunosupressor e bisfosfonato. Materiais e Métodos: O paciente J.J.S, do sexo masculino, 32 anos, procurou com urgência a clínica odontológica, queixando-se de um aumento de volume na região geniana direita e um incômodo no elemento 45 ao mastigar. Ao fazer a anamnese deste paciente, o próprio relatou que fazia tratamento para hepatite autoimune, desde os seus 18 anos, ele relata que ao sofrer qualquer trauma físico consequentemente teria a formação de hematomas e hemorragias. Diante disto, foi orientado pelo seu médico hepatologista, a não realizar nenhum procedimento de invasão cirúrgica. O paciente fazia o uso de alguns medicamentos como a prednisona, alendronato, tomoxifero e hidroxicloroquina. Além disso, o paciente fazia uso dos seguintes medicamentos: prednisona 5mg/dia, alendronato 70mg/semana, tomoxifeno 10mg e hidroxicloroquina 400mg/dia. Os exames sanguíneos que o paciente tinha realizado na época apresentou valores que contraindicavam a realização de procedimentos odontológicos cirúrgicos. Durante o exame extraoral foi observada assimetria facial devido ao aumento de volume na região mandibular direita. No exame intraoral foi notada a presença de processo carioso ativo e extenso em comunicação com a câmara pulpar no dente 45 que apresentou resposta negativa ao teste de vitalidade pulpar ao frio. Além disso, o paciente relatou dor à palpação do fundo de saco na região vestibular do dente supracitado onde foi evidenciada a presença de um abscesso em estágio flutuante. Posteriormente, foi feita radiografia periapical do dente 45, na qual foi possível constatar rarefação óssea na região perirradicular. Esses sinais e sintomas clínicos e radiográficos levaram ao diagnóstico de abscesso fênix. Para o tratamento de urgência foi realizada anestesia por bloqueio do nervo alveolar inferior e bucal com Mepivacaina a 2% com epinefrina 1 :100.000, no trigono retromolar e fornix vestibular da região afetada. Realizou-se abertura coronária, isolamento absoluto e preparo químico-mecanico, com técnica Crown-Down fazendo uso de gates glidden e limas manuais, irrigação com NaClO a 2,5%, toalete final com EDTA a 17% seguido de ultima irrigação com NaClO A 2,5%. Deixou-se curativo com pasta de calen + pmcc com selamento duplo (villevie + civ). Além disso, foi realizada a prescrição de Amoxacilina 500mg, 1 cápsula de 8 em 8 horas durante 07 dias. E, embora a drenagem do abscesso via incisão de mucosa pudesse ter sido indicada também como forma de tratamento, esse procedimento não foi realizado por ser uma manobra cruenta e que poderia trazer mais riscos do que benefícios ao paciente, haja vista seu estado sistêmico. Após 15 dias do atendimento de urgência, deu-se continuidade ao tratamento endodôntico e o canal foi obturado pela técnica de condensação lateral, usando cemento sealer 26 e selando a cavidade com tampão de villevie e ionômero de vidro. Finalizada a endodontia, o paciente foi encaminhado para o clínico geral, onde o dente foi restaurado com resina composta. Pouco tempo após o procedimento restaurador, a parte coronária do dente sofreu fratura com invasão do espaço biológico e, novamente, devido à condição sistêmica do paciente e ao uso de medicamentos à base de corticoide, imunossupressor e bisfosfanato, o tratamento cirúrgico para aumento de coroa clínica ou exodontia dentária foi contraindicado. Dessa forma, removeu-se o ionômero de vidro e foi adicionado, sobre o tampão de villevie, resina composta para promover um selamento do terço cervical. Resultado: Após dois anos de acompanhamento com controle radiográfico foi observado reparo na região apical do dente. Conclusão: Com esse relato podemos inferir que é possível reverter um quadro de lesão periapical, do tipo abscesso sem que haja a necessidade da realização de procedimentos mais invasivos e que colocariam e risco a condição bucal, geral do paciente, no pós-operatório.

Biografia do Autor

Armiliana Soares Nascimento, Docente da Uninassau Campina Grande - PB

Cirurgiã- dentista. Pós- doutoranda em Dentistíca e Endodontia. Mestre em Cliníca Odontológica FOP/UPE

Monica Soares Albuquerque

Cirurgiã- dentista. Doutoranda em Dentistíca e Endodontia FOP/UPE

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Publicado

2019-11-20

Edição

Seção

II ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DE ODONTOLOGIA-UNINASSAU(CAMPINA GRANDE-PB)