A ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NAS DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

Helder Xavier Bezerra, Túlio Santos Silva, Danilo da Silva Marques, Magnum Ferreira dos Reis, Morganna Pollynne Nóbrega Pinheiro

Resumo


OBJETIVO: Verificar e analisar a atuação da fisioterapia no tratamento dos distúrbios temporomandibulares. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de revisão de literatura no qual foram realizadas pesquisas de artigos científicos em inglês e português, indexados nas bases de dados Medline, Scielo, PeDro e Pubmed, no período de 2015 a 2019. Utilizando as seguintes palavras-chave: disfunções temporomandibulares, dor orofacial, fisioterapia. Após esse levantamento, obtiveram-se 50 artigos, dos quais 23 foram pertinentes ao tema proposto no trabalho. Foram incluídos os ensaios clínicos e estudos experimentais envolvendo seres humanos, desde que apresentassem alguma modalidade de intervenção fisioterapêutica nesses distúrbios. Foram excluídos os artigos que não apresentavam relação direta entre disfunção têmporo-mandibular e fisioterapia, além de revisões bibliográficas. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram utilizados 15 artigos para realização do presente estudo. RESULTADOS: A articulação temporomandibular é a articulação mais complexa do corpo humano, em conjunto com outros componentes do sistema estomatognático, ela é responsável pela adequada execução das funções de mastigação, deglutição, fonação e respiração, além de influenciar na correta postura da coluna cervical. No entanto, para que essa articulação possa funcionar de maneira adequada, é necessário que a própria articulação temporomandibular, a oclusão dental e o equilíbrio neuromuscular estejam relacionados harmonicamente, caso exista alguma alteração nessa harmonia ocorre a disfunção temporomandibular (DTM), que é caracterizada como um conjunto de condições médicas, dentárias ou faciais associadas com anormalidades do sistema estomatognático, que acometem a articulação temporomandibular e estruturas adjacentes, incluindo os músculos mastigatórios. Seus principais sintomas são dor, sons articulares e função mandibular irregular. Estima-se que aproximadamente 40 a 75% das pessoas se queixem de DTM. Uma grande parte da população que relata dores na região orofacial procuram os serviços odontológicos para resolução do problema, no entanto, muitas dessas dores não são de origem dentárias, mas sim em decorrência das desordens temporomandibulares. Os principais sintomas da DTM são dor muscular, diminuição da amplitude de movimento bucal, estalos articulares, cefaleia, dor articular e distúrbios nos movimentos mandibulares. O tratamento fisioterapêutico objetiva o alívio desses sintomas, buscando readquirir a função normal do aparelho mastigatório do paciente, através da utilização de diferentes técnicas. No decorrer do processo de pesquisa, notou-se que a dor é um dos principais sintomas referidos pelos pacientes com esse distúrbio. Para tratamento desse sintoma, vários estudos indicam que a fisioterapia através da massoterapia tem eficácia na melhora do quadro álgico do paciente. Além disso, a técnica de agulhamento a seco também tem demostrado resultados satisfatórios no que diz respeito a modulação da dor em decorrência da presença de pontos de tensão na musculatura. As técnicas de alongamento e relaxamento podem ser inseridas no tratamento, uma vez que este tipo de exercício visa diminuir a tensão das fibras musculares, podendo ser realizado de maneira passiva, quando o paciente sente dores e o alcance do movimento está reduzido, ou ativa quando o paciente é capaz de realizar o movimento sozinho. As principais técnicas de alongamento da musculatura da articulação temporomandibular, são a de inibição recíproca, na qual os músculos opostos são contraídos isometricamente auxiliando ativamente o movimento de alongamento e consequente relaxamento do músculo e a técnica de contração-relaxamento, quando ocorre contração de um músculo tenso, seguido de seu relaxamento. Quando os movimentos mandibulares não são realizados de forma simultânea em ambos os lados, ocorre limitação da amplitude de movimento e estalos articulares, devendo ser realizados exercícios de coordenação. Para ganho de força muscular, diversos autores defendem a utilização de exercícios isométricos, pois promovem a contração muscular sem a necessidade de realização de movimento articular. Diversos estudos concluíram que a fisioterapia, através da eletroterapia e exercícios de alongamentos musculares, mobilizações articulares e exercícios para estabilização segmentar cervical tem sua eficácia no tratamento. CONCLUSÃO: Através deste estudo, foi possível concluir que a fisioterapia é importante para o tratamento das DTM, pois é capaz de promover melhora dos sintomas clínicos referentes a dor, redução da amplitude de movimento e hipotrofia muscular, além de estimular a propriocepção e a produção do líquido sinovial na articulação e melhorar a elasticidade das fibras musculares aderidas.

Palavras-chave


Transtornos Craniomandibulares; Dor facial; Fisioterapia

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