CORRELAÇÃO ENTRE AS REAÇÕES LIQUENOIDES ORAIS E O USO DO AMÁLGAMA

Renata Maria Vieira Nogueira, Layslla Caroline Araujo Almeida, Antonio Carlos Vital Júnior

Resumo


Objetivos: Enfatizar a correlação do amálgama com o surgimento de lesões orais oriundas de uma reação de hipersensibilidade ao composto presente neste material odontológico, demonstrando os sintomas para um possível diagnóstico e a proposta metodológica para prevenção e tratamento dessas lesões. Materiais e Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica de natureza qualitativa e descritiva; utilizando como critério de inclusão, estudos atuais sobre a correlação entre o amálgama e lesões orais. Utilizou 6 artigos nas línguas portuguesa e inglesa publicados durante período 2017 a 2019 e disponíveis na íntegra em bancos de dados, como PubMed e Google Acadêmico, por meio da combinação dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Amálgama Dentário, Prevenção de Doenças e Toxicidade. Foram definidos como critérios de exclusão, artigos com linhagem de pesquisa imprecisa por não apresentarem conteúdo semelhante e necessário para o objetivo do estudo e artigos de acesso privativo. Resultados: Reações liquenoides orais são lesões de origem inflamatório-crônica e muco-cutânea, que acomete a região posterior da mucosa jugal, superfície ventral das bordas laterais da língua, língua propriamente dita e gengiva, resultantes de um processo responsivo imunológico. Desta forma, o indivíduo desenvolve sensibilidade a alguma substância, seja esta oriunda de medicamentos que atuam a nível sistêmico ou que estão presentes nas restaurações dentárias a base de amálgama. Essas lesões apresentam características clínicas como placas, lesões erosivas, atróficas ou ulceradas no tecido da mucosa oral e manchas brancas, podendo surgir sintomas como dor, ardência e dormência no local afetado, bem como a presença do gosto metálico na boca. São desenvolvidas em organismos geneticamente predispostos a doença, o que não descarta a possibilidade do surgimento em indivíduos não susceptíveis. Essa reação de hipersensibilidade ocorre através de reações imunes alérgicas mediadas por células T e por anticorpos, onde inicia-se com o reconhecimento e processamento do alérgeno pelas células apresentadoras de antígeno, consequentemente apresentadas para as células T virgens, desencadeando na ativação de monócitos/macrófagos, e que associados com os linfócitos T promoverão a reação alérgica diante da exposição a substância mencionada. Relatos de casos mostraram que, o surgimento dessas lesões era recorrente em regiões da boca próximas de onde haviam restaurações dentárias feitas com amálgama. O amálgama dentário é um material muito utilizado em processos odontológicos pela suas características físicas e mecânicas, sendo mais utilizado o amálgama de prata, que apesar de seu baixo custo e suas propriedades satisfatórias para o uso, este material tornou-se meio de discussão devido sua toxicidade referente a presença do mercúrio -metal tóxico- acarretando em problemas ambientais devido ao descarte e exposição dessa substância, como também relaciona-se essa toxicidade a danos que lesionam as regiões da cavidade oral, onde o indivíduo desenvolve a hipersensibilidade caracterizada pelo surgimento de bolhas esbranquiçadas em alguns casos indolor a partir do contato direto da mucosa bucal com o material do amálgama. O tratamento viável para a
redução ou prevenção dessas lesões é o uso de antinflamatórios e analgésicos bem como a troca do material amálgama pela resina composta, a qual não apresenta toxicidade além de ser biocompatível, onde a partir de relatos de casos, houve melhoria nas inflamações após a realização dessa troca. Conclusão: Perfaz-se conforme o descrito, que o amálgama apresenta toxicidade devido a presença do mercúrio em sua composição, sendo responsável pelo surgimento de lesões orais. Assim, faz-se necessário a prevenção e tratamento baseado na utilização de outros materiais dentários para que os indivíduos usufruam de uma satisfatória saúde bucal e com isso previnam patologias mais sérias.

Palavras-chave


Lesões. Amálgama. Hipersensibilidade. Substâncias tóxicas.

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