DIAGNÓSTICO E DETECÇÃO DO VÍRUS DA PERITONITE INFECCIOSA FELINA ATRAVÉS DO RT-PCR

Lucas Tadeu Parese Caldas de Assis, Danielle Christina Soeiro de Deus, Gislene Marçon Bastos, Charlene Serrão de Oliveira, Maria Eugenia Moraes Araújo

Resumo


Palavras-chave: Peritonite Infecciosa Felina; diagnóstico; RT-PCR.

INTRODUÇÃO

A Peritonite Infecciosa Felina (PIF), possui um coronavírus felino (RNA vírus envelopado de fita simples da família Coronaviridae) como agente etiológico, sendo este, uma mutação do coronavírus entérico felino¹². Os felinos domésticos e selvagens, dentre eles, jovens e idosos, quando imunossuprimidos por outras doenças, como a imunodeficiência viral felina (FIV) e a leucemia viral felina (FeLV), são mais predispostos a desenvolver a PIF³.
A doença se apresenta de duas formas, PIF efusiva/úmida, considerada a forma clássica da doença, consiste no acometimento dos vasos sanguíneos, transcorrendo acúmulo de líquido abdominal, torácico e dispnéia e a PIF não efusiva/seca, considerada a forma crônica da doença, na qual se tem sinais como: anorexia, emagrecimento e pelagem opaca, além de problemas neurológicos e oculares.

DESENVOLVIMENTO

O diagnóstico da PIF deve ser baseado em possibilidades acumulativas ao invés de somente um simples teste definitivo. Contudo, isso leva a uma porcentagem de probabilidade de PIF e não ajuda a confirmar o diagnóstico definitivo. Devem ser avaliados sinais clínicos, histórico, resultados clínico-patológicos, sorologia, além de histopatologia e imunohistoquímica ante e post mortem. Esta última prova confirma o diagnóstico em 100%.
Segundo o experimento realizado por Doenges et al., foram utilizados 34 gatos, sendo que 19 tiveram diagnóstico definitivo para PIF através do histopatológico (7 deles apresentaram sinais neurológicos e/ou oculares), 15 apresentaram outras doenças, mas com sinais clínicos semelhantes aos da PIF (3 deles apresentaram sinais neurológicos e/ou oculares). O RT-PCR foi realizado no líquido cefalorraquidiano (LCR) de todos os gatos, mostrando uma especificidade de 100% no diagnóstico da PIF, uma sensibilidade de 42,1%, um valor preditivo positivo (VPP) de 100% e negativo (VPN) de 57,7%. A sensibilidade da RT-PCR em tempo real do LCR em gatos com doenças neurológicas e/ou sinais oculares foi de 85,7%. No RT-PCR geralmente é utilizado o soro ou plasma para o diagnóstico da PIF, porém não é muito confiável devido à possibilidade de falsos positivos; no estudo foi utilizado o líquido cefalorraquidiano, sendo assim, o método mais eficiente para obter-se um diagnóstico da PIF.
Segundo Uliana et al.², o RNA viral poderá ser localizado pelo teste molecular da reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT- PCR), encontrado com maior facilidade nas fezes, possui alta sensibilidade e é específico para detecção do vírus, porém não diferencia as cepas dos coronavírus felinos. Tanto os gatos saudáveis como gatos com PIF podem apresentar resultado positivo ao vírus.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso do RT-PCR é uma técnica viável para o diagnóstico da PIF, podendo ser utilizadas amostras de fezes ou ainda do líquido cefalorraquidiano. O uso do líquido cefalorraquidiano é um exame fidedigno servindo como interessante instrumento para o diagnóstico de felinos com acometimento neurológico.

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