INFLUÊNCIA DO VÍRUS DA LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA NA CELULARIDADE E NA COMPOSIÇÃO DO LEITE

Autores

  • Diego Silva Mendes Universidade Cruzeiro do Sul
  • Aline de Jesus da Silva
  • Alice Maria Melville Paiva Della Libera
  • Maiara Garcia Blagitz
  • Camila Freitas Batista

Palavras-chave:

Leucose Enzoótica Bovina, Linfossarcoma, Deltaretrovírus, Bovinos, Glândula Mamária, Secreção Láctea.

Resumo

RESUMO Introdução: As interferências que processos virais causam direta ou indiretamente nas mamas ainda são pouco investigadas. No entanto, as perdas econômicas ocasionadas pela mastite intensificam a preocupação sobre a influência das enfermidades virais na susceptibilidade da glândula mamária. Tal fato motivou o presente estudo a verificar as possíveis alterações que o Vírus da Leucose Enzoótica Bovina (VLEB) pode causar na celularidade da glândula mamária e na composição do leite de animais infectados pelo vírus. Objetivo: Avaliar a influência do VLEB na composição do leite e na celularidade da glândula mamária de vacas destinadas à produção leiteira. Materiais e métodos: Foram coletadas amostras sanguíneas de 30 fêmeas bovinas adultas, oriundas de rebanhos leiteiros. Os animais foram divididos segundo o resultado da sorologia e subdivididos, conforme o resultado do leucograma, em animais negativos (N), alinfocitóticos (AL) e linfocitose persistente (LP). Após garantir a higidez da mama, as amostras de leite foram colhidas em quatro alíquotas. Para as análises de contagem de células somáticas (CCS) automática e composição do leite, exame bacteriológico, CCS microscópica, California Mastitis Test (CMT) e Winsconsin Mastitis Test (WMT) e a última para CCS diferencial. Resultados: Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística e foram consideradas significantes as análises que apresentaram p≤0,05. Não foi observada diferença em relação ao CMT e CCS automática e microscópica. Na contagem diferencial, foram encontradas diferenças entre os grupos no número de neutrófilos, onde o grupo negativo apresentou maior quantidade de neutrófilos em relação ao grupo alinfocitótico (p=0,041). A viabilidade celular foi maior no grupo alinfocitótico em relação ao grupo com linfocitose persistente (p=0,0337). No WMT, encontramos maior celularidade em animais negativos quando comparamos com os animais alinfocitóticos (p=0,0363). O maior impacto foi encontrado na composição do leite, gordura (p<0,0001), proteína (p=0,0007), sólidos totais (p<0,001) foram maiores no grupo alinfocitótico em relação aos demais, e a lactose (p=0,0361) foi maior no grupo com linfocitose persistente em relação ao grupo alinfocitótico. Contudo, tais resultados podem ser explicados pela redução da produção média de leite dos animais positivos em relação aos animais negativos. Conclusão: Com base nesses resultados, concluímos que o vírus interfere diminuindo a celularidade da mama, o que poderia causar uma menor efetividade imunitária frente uma infecção bacteriana. Porém, ele apresenta uma aparente interferência positiva na composição do leite, efeito tal produzido pela concentração, uma vez que a produção de leite foi reduzida nos animais positivos.

Biografia do Autor

Diego Silva Mendes, Universidade Cruzeiro do Sul

Graduando do 7º semestre de Medicina Veterinária, atua na área de Oncologia Veterinária, Oncologia Molecular e Cirurgia Oncológica Veterinária. Em 2018, concluiu o seu primeiro projeto de Iniciação Científica em Oncologia Veterinária pela Universidade Cruzeiro do Sul, tendo sido contemplado com uma bolsa de estudos pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica PIBIC/Cruzeiro do Sul. Presidente do GEOV (Grupo de Estudos de Oncologia Veterinária) e dos Eventos Científicos do Centro Acadêmico de Medicina Veterinária da Universidade Cruzeiro do Sul. Em 2016 e 2017, foi membro do GECAV (Grupo de Estudos de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária) e do GEAS (Grupo de Estudos de Animais Selvagens) da Universidade Cruzeiro do Sul. Foi monitor das disciplinas de Anatomia Sistêmica dos Animais Domésticos, Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos, Fisiologia Animal I, Fisiologia Animal II e Técnicas Cirúrgicas e Anestesiologia I. Em 2017 e 2018, foi estagiário do Departamento de Oncologia Clínica no Hospital Veterinário do Câncer, do setor de Clínica Médica de Pequenos Animais, Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais e Laboratório Clínico no Complexo Veterinário da Universidade Cruzeiro do Sul. Em 2019, foi estagiário do departamento de Anatomia Patológica Veterinária no Vet Câncer, na cidade de São Paulo.

Downloads

Publicado

2020-02-17

Edição

Seção

1º FÓRUM DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UNG