AUSÊNCIA DE EOSINOFILIA EM CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR ANCYLOSTOMIDAE

Francine Alves da Silva Coelho, Matheus Diniz Gonçalves Coelho, Mylene Garcez Iemini, Ismael Maciel de Mancilha

Resumo


Os helmintos, inclusive os da família Ancylostomidae, desencadeiam predominantemente uma resposta imune do tipo Th2 com expressão de elevada quantidade de IL-13, IL-5 e IL-4, indução da produção de IgE por linfócitos B e eosinofilia. Sabe-se que em animais sadios os eosinófilos se apresentam em baixas concentrações na circulação, porém no decorrer de um processo infeccioso causado por parasitos, estas células são bastante predominantes, principalmente na fase crônica da doença, onde naturalmente os seus níveis se elevam no sangue, devido ao recrutamento deste tipo de leucócito para o sítio de infecção. Em função disso, no presente trabalho objetivou-se estudar os níveis de eosinófilos no sangue periférico de cães naturalmente infectados por helmintos da família Ancylostomidae. Durante um período de 28 dias, amostras semanais de sangue periférico foram colhidas de dez cães, através da veia radial, sendo transferidas para tubos contendo anticoagulante e encaminhadas a um laboratório veterinário de análises clínicas. Esfregaços sanguíneos foram confeccionados e corados pelo método panótico, onde foram contados 100 leucócitos, sendo estes classificados de acordo com suas características morfológicas e tintoriais em neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, monócitos e basófilos. Observou-se que a contagem de eosinófilos permaneceu semelhante aos valores considerados normais, durante todo o período de acompanhamento dos animais, contrastando com a eosinofilia que seria esperada. Devido ao fato de que os cães já se encontravam infectados no início do trabalho, não foi possível determinar a quanto tempo o processo infeccioso se iniciou, porém pode-se conjeturar a possibilidade destes animais se encontrarem numa fase crônica avançada da infecção, que poderia ser caracterizada por uma elevada concentração de eosinófilos no intestino sem que necessariamente houvesse um aumento de eosinófilos circulantes, porém faz-se necessário o desenvolvimento de novas pesquisas que venham a melhor esclarecer a singularidade dos resultados observados em nossos experimentos.

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