ANÁLISE COMPARATIVA DE TRÊS DIFERENTES TESTES SOROLÓGICOS EMPREGADOS NA DETECÇÃO DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM CÃES

Resumo

Introdução: A Leishmaniose Viceral é uma importante zoonose em diversas regiões do mundo. Os cães são o reservatório mais importante para a LV humana, causada no Novo Mundo pela Leishmania (Leishmania) chagasi. Para o controle da LV, utiliza-se um sistema baseado em três ações principais: diagnóstico precoce e tratamento de todos os casos humanos; controle vetorial; e controle dos reservatórios naturais, que gera controvérsias devido à deficiência quanto aos índices de sensibilidade e especificidade, além da falta de concordância, entre os diferentes testes utilizados. Objetivos: Verificar a compatibilidade diagnóstica dos testes de Imunofluorescência Indireta (IFI), Ensaio Imunoenzimático (EIE) e Imunocromatográfico Rápido (TR-DPP). Material e métodos: 1. Região de estudo: Município de Sao Pedro, área com foco recente de transmissão para LV. 2. Amostras analisadas: 161. 3. Testes: Imunoluorescência Indireta, kit IFI-Bio-Manguinhos; Ensaio Imunoenzimático, kit EIE-Bio-Manguinhos; Teste imunocromatográfico rápido com antígeno recombinante, kit DPP LVC Bio-Manguinhos. Em todos os casos foi utilizado soro sangüíneo de cães e feita a comparação dos resultados obtidos. Resultados e conclusão: A concordância total observada entre EIE e IFI foi de 72,67%; entre EIE e TR-DPP de 74,53%; e entre TR-DPP e IFI de 81,99%. Além disso, apenas 65,84% dessas amostras resultaram em um mesmo diagnóstico para os 3 testes, o que pode ser explicado pela análise apenas visual das amostras em TR-DPP. Tomando as amostras de TR-DPP positivas como base, observou-se confirmação de 87,76% por EIE, 77,55% por IFI e 77,55% por EIE e IFI juntos, enquanto para as negativas em TRDPP a concordância foi de 68,75% para EIE; 83,93% para IFI e 60,71% para EIE e IFI juntos. O TR-DPP mostra ser uma boa alternativa como triagem em campo, mas não deve ser considerado definitivo, sendo desejável confirmação em EIE ou IFI.
Colaboração: Elaine B. Santos¹