EVIDÊNCIA DE DIFERENÇAS DE POPULAÇÕES GEOGRÁFICAS DE PANSTROGYLUS MEGISTUS (HETEROPTERA: REDUVIIDAE: TRIATOMINAE) POR MEIO DE ANÁLISE DE DNA MITOCONDRIAL

Daniel Pagotto Vendrami, Maujro Toledo Marrelli, Walter Ceretti Junior

Resumo


Panstrongylus megistus (BURMEISTER, 1835) foi a primeira espécie de triatomíneo dentificada como responsável pela transmissão da doença de Chagas na cidade de Lassance, Minas Gerais e, ainda é considerado vetor de grande relevância no cerrado brasileiro, merecendo assim, a atenção dos órgãos de Vigilância Entomológica locais. Esses reduvídeos possuem grande valência ecológica ocorrendo em todos os tipos de florestas úmidas brasileiras exceto a amazônica, mas, também são registrados em áreas secas do cerrado e da caatinga sendo encontrados em copas de palmeiras, de outras árvores, em abrigos terrestres de roedores e marsupiais (Didelphis sp.), ocos de árvores e tocas de morcegos. Além disto, apresentam potencial para colonizar ecotópos artificiais (domicílios e peridomicílios) a partir de adultos que invadem casas e anexos, especialmente durante a estação chuvosa e provavelmente começaram a invadir o ambiente doméstico durante o período pós-colonial, devido ao forte impacto do desenvolvimento agrícola sobre seu habitat natural. Assim, as populações de P. megistus de diferentes regiões mostram variável grau de sinantropia, sendo exclusivamente assinantrópicas na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, hemissinantópicas do Rio Grande do Sul até centro-oeste de São Paulo e eussinantrópicas, principalmente no Recôncavo Baiano e centro-oeste do Estado de Minas Gerais. Vários autores, por metodologias distintas, buscaram relacionar essa variação a diferenças etológicas, fisiológicas e ambientais relativas às populações dessa espécie, com resultados não conclusivos. No intuito de colaborar com a solução desse enigma estudou-se a variação genética de indivíduos, adultos (machos e/ou fêmeas) e ninfas de V estádio, de 14 populações de P. megistus, mantidas em colônias por meio da análise de sequências de DNA mitocondrial subunidade 16S como marcador molecular. Os resultados evidenciaram a ocorrência de dois grupos distintos, um representado pela população do estado do Paraná e outro por aquelas procedentes do Nordeste do país, corroborando resultados de pesquisas anteriores.

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