EFEITOS DE EXTRATOS DE PIPERACEAE EM BIOMPHALARIA GLABRATA (MOLLUSCA: PLANORBIDAE)

Resumo

A esquistossomose é uma doença grave e de evolução crônica, com importante papel sócio-econômico. A profilaxia da esquistossomose é o conjunto de medidas que envolvem saneamento básico, educação sanitária, tratamento de indivíduos infectados e o controle dos hospedeiros intermediários. Este pode ser feito pelo uso de moluscicidas químicos ou vegetais. A desvantagem dos moluscicidas químicos é que mesmo aplicado em baixas concentrações, podem dizimar a fauna e a flora do ambiente provocando drásticas alterações ambientais. A Organização Mundial de Saúde, desde 1983, vem incentivando o uso de moluscicidas vegetais no combate aos moluscos hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni. As vantagens do uso de extratos vegetais são devido a sua fácil propagação, ciclo reprodutivo curto, metabolismo secundário que conduz à produção de substâncias biologicamente ativas, rápida degradação no ambiente, boa atividade moluscicidas e pelo fato de ser atóxico a outros organismos vivos. O objetivo do trabalho foi avaliar a ação de extratos vegetais de Piperacea no molusco Biomphalaria glabrata. Foram testados seis extratos brutos e um princípio ativo de Piperaceae em adultos e desovas de B. glabrata, em diferentes concentrações, por 24 horas. Os extratos que apresentaram efeito tóxico em adultos foram Peperomia trineura a 100, 80 e 60 ppm e Piper caldense a 100, 80 e 50 ppm. O ácido caldensínico apresentou efeito tóxico a 20, 10, 9 e 8 ppm. Nas desovas os extratos que demonstraram efeito toxico foram P. trineura a 100, 80, 60 e 50 ppm, Peperomia rubricaulis a 100 e 80 ppm e Piper caldense a 100 ppm apenas para os estádios de blástula, gástrula, e trocófora. Este último extrato apresentou efeito tóxico a 80 ppm também para blástula e gástrula.