ENTEROPARASITOS DE MORCEGOS URBANOS DA CIDADE DE SÃO PAULOSP/BRASIL: PERFIL DO HOSPEDEIRO

Leyva Cecilia Vieira de Melo, Lucia Eiko Oishi Yai, Marly M. Maeda, Adriana Ruckert da Rosa, Pedro Luiz Silva Pinto

Resumo


A expansão territorial das cidades reduz o habitat dos animais silvestres em áreas de vegetação ainda conservadas e alguns se adaptam a convivência humana, dentre estes se destacam os morcegos. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da cidade de São Paulo efetua o monitoramento da raiva nesse grupo de animais, porém pouco se sabe sobre outros patógenos albergados por eles, bem como a importância ecológica da interação entre os quirópteros e seus enteroparasitos. Este trabalho teve como objetivo estudar a fauna enteroparasitária de morcegos presentes em área urbana da cidade de São Paulo e avaliar o perfil de seus hospedeiros. Para tanto, foram analisados os tratos digestórios dos morcegos capturados ou recebidos pelo CCZ no período de abril/2007 a novembro/2008. Para a identificação dos enteroparasitos os espécimes foram fixados, corados, fotografados e as imagens analisadas no programa AxioVision 4.6. A análise do perfil do hospedeiro foi baseada no sexo, idade, estágio de desenvolvimento, hábito alimentar, local de captura e distribuição geográfica. Dos 647 morcegos analisados, 113 (17,47%) albergavam uma ou mais espécies de helmintos intestinais e seis (0,93%) estavam parasitados por protozoários. Fêmeas adultas não grávidas, morcegos de hábito insetívoro e coletados em atividades fora do abrigo apresentaram maior frequência de infecções, destacando-se as infecções helmínticas nos morcegos das espécies Nyctinomops macrotis (82,35%), Histiotus velatus (72,73%) e Glossophaga soricina (14,07%) e por protozoários na espécie Myotis nigricans (9,09%). A distribuição geográfica dos animais coletados e infectados abrangeu praticamente toda a extensão metropolitana, com morcegos infectados por nematódeos mais concentrados na região central, enquanto que por trematódeos e cestódeos mais distribuídos nas periferias da capital paulista. Os autores discutem a importância ecológica de morcegos em áreas urbanas e sua respectiva fauna enteroparasitária.

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