VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA (LVA) EM CÃES DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS, ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL.

Douglas Presotto, Claudio Casanova, Claudio Castagna, Elisa San Martins Mouriz Sayani, Jeanette Trigo Nasser, Marisa Bevilacqua Denardi Baldini, Osias Rangel, Ricardo Conde Alves Rodrigues, Roberto Mitsuyoshi Hiramoto

Resumo


A LVA é uma zoonose reemergente e um grave problema de saúde pública. No Brasil está presente em 21 dos 27 Estados e se encontra em processo de expansão e urbanização. O cão é o principal reservatório do agente etiológico da LVA Leishmania (Leishmania) chagasi. As ações de vigilância preconizadas são, em parte, voltadas ao reservatório canino, pois, normalmente, os casos de LVA em cães precedem os casos humanos. No Estado de São Paulo (ESP) o primeiro caso canino autóctone foi confirmado no município de Araçatuba em 1998 e em 1999 no homem. A primeira identificação do vetor da LVA (Lutzomyia longipalpis) em área urbana do ESP ocorreu em 1997. Em Campinas foram desenvolvidas ações de vigilância canina e entomológica a partir da investigação de casos suspeitos, notificados ao Centro de Controle de Zoonoses. Em 2009 foram notificados 8 cães suspeitos, sendo confirmada a LVA em 6. Três casos levaram à realização de Investigação de Foco (IF). A investigação epidemiológica caracterizou 4 dos casos como importados, 1 caso de procedência desconhecida e 1 caso autóctone. no Subdistrito de Sousas, sendo este o primeiro registro da ocorrência da LVA canina em Campinas. A IF realizada em Sousas resultou no diagnóstico de mais 3 casos autóctones de LVA canina. A investigação entomológica resultou na identificação da Lutzomyia longipalpis, sendo este o primeiro encontro do vetor da LVA em Campinas. A presença de Lutzomyia longipalpis e de cães portadores de Leishmania (Leishmania) chagasi caracterizam a área de Sousas como de transmissão canina de LVA, sendo necessário o monitoramento periódico desta área, pela possibilidade da ocorrência de novos casos caninos. Os resultados indicam a necessidade de manutenção da vigilância canina e entomológica no município, a fim de detectar precocemente os casos de LVA em cães, tendo em vista a prevenção e controle desta zoonose.

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