AÇÃO LARVICIDA "IN VITRO" DO EXTRATO PIROLENHOSO DE CANA DE AÇUCAR, SOBRE O RHIPICEPHALUS (BOOPHILUS) MICROPLUS

Ives Charlie da Silva, Luciano Melo de Souza, Vando Edesio Soares, Marco Antonio Andrade Belo, Ana Carolina Galassi Torrente, Jacqueline da Silva, Vanessa Pavesi de Faria, Fernanda Camila Faria Duarte

Resumo


O uso de compostos acaricidas é a principal forma de controle dos carrapatos de bovinos. No entanto, os produtores rurais, sem o conhecimento técnico adequado, administram estes antiparasitários, muitas vezes de forma errônea, inclusive negligenciamento do período de carência dos tratamentos, selecionando populações resistentes destes parasitos, fato este que aumenta a freqüência de tratamentos e as incorreções na posologia, elevando a toxicidade destes produtos e deixando resíduos na carne, leite e meio ambiente. Vários extratos vegetais estão sendo pesquisados no mundo como alternativos para controle de ácaros de bovinos, considerando-se que estes tendem ser menos tóxicos para os animais e seres humanos, alem de apresentar menor potencial como contaminante para os diferentes ecossistemas. Neste sentido, com o aumento da produção de cana de açúcar no estado de São Paulo, a indústria canavieira produz como resíduo um extrato, oriundo da defumação do bagaço da cana, composto por vários princípios orgânicos dentre eles, o principal denominando de extrato pirolenhoso. Objetivou-se avaliar o efeito larvicida deste extrato, já testado na agricultura para fins de controle de insetos de solo. Para tal, utilizou-se a técnica do papel filtro impregnado (larval packet test), nas seguintes concentrações (T1: 0% somente água destilada); (T2: 2%); (T3: 4%); (T4: 8%); (T5:16%); (T6: 32%) e (T7: 64%). Foram coletadas amostras das fêmeas ingurgitadas de bovinos naturalmente infestados de propriedades rurais do município de Ibaté/SP. As mesmas foram acondicionadas em placas de petri para obtenção dos ovos e larvas.. Foram separados grupos de 100 larvas com 3 repetições para cada tratamento nas respectivas concentrações supra propostas do extrato pirolenhoso. A avaliação da mortalidade foi realizada 24 horas após o tratamento. Os resultados de mortalidade larvar observados foram: (T1: 0%), seguidas de (T2:10%), (T3:12,5%), (T4: 24%), (T5:42%), (T6:50%) e (T7:100%). Tais achados demonstram o efeito doseresposta do tratamento com o extrato pirolenhoso sobre larvas do R. (Boophilus) microplus, resultando em 100% de mortalidade apenas quando administrado na concentração de 64%. No entanto, indica-se novos estudos para confirmar o potencial acaricida deste composto e também a sua toxicidade para os hospedeiros, o impacto ambiental do tratamento e a presença de resíduos nos subprodutos da produção animal.

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