COMPARAÇÃO DA ATIVIDADE IN VITRO DE ARTESUNATO A FÁRMACOS ATUALMENTE UTILIZADOS CONTRA TOXOPLASMA GONDII

Autores

  • Roselaine P. Cardoso
  • Heitor Franco de Andrade Junior
  • Vicente Amato Neto
  • Susana Zevallos Lascano
  • Thais C. Gomes

Resumo

A toxoplasmose é uma infecção muito comum no mundo todo, porém a doença ocorre mais raramente, manifestando-se principalmente sob a forma ocular, congênita ou em pessoas imunodeprimidas. Os tratamentos consistem de drogas que frequentemente causam efeitos adversos e atuam somente na fase aguda da infecção, sendo necessárias novas drogas efetivas no combate à doença. No presente trabalho objetivou-se avaliar a possível atividade de artesunato, fármaco que vêm sendo utilizado com sucesso no tratamento da malária grave, sobre o parasita Toxoplasma gondii, comparando-o aos medicamentos já utilizados. Assim, células da linhagem LLC-MK2, foram cultivadas em meio RPMI suplementado com 10% de soro fetal bovino e mantidas em garrafas descartáveis incubadas a 36ºC em estufas de CO2. Foram utilizados taquizoítos de Toxoplasma gondii da cepa RH mantidos em camundongos. Os seguintes fármacos foram testados: artesunato, cotrimoxazol, pirimetamina e trimetoprima. Foi realizada a diluição seriada de base 2, iniciando em 100 μg/ml até 0,1 μg/ml. O efeito dos fármacos sobre os taquizoítos e a toxicidade dos mesmos sobre as células LLC-MK2 foi analisado por análise regressiva não linear. Ao final das avaliações bservou-se um efeito inibitório de artesunato sobre os taquizoítos, com uma concentração inibitória média de 0,03 μg/ml e toxicidade de 0,77 μg/ml. Pirimetamina também mostrou-se eficaz contra Toxoplasma gondii, com uma concentração inibitória média de 0,12 μg/ml e toxicidade de 2,78 μg/ml. Trimetoprima mostrou-se eficaz contra o parasita in vitro, porém é sabido que este efeito não se reproduz in vivo. Cotrimoxazol não apresentou toxicidade nas concentrações testadas e foi eficiente contra o parasita, porém, em concentrações maiores que as apresentadas por artesunato e pirimetamina. Assim, conclui-se que artesunato pode ser uma alternativa útil no tratamento da toxoplasmose. Para isso são necessários estudos sobre a ação desse fármaco sobre o parasita in vivo, assim como maiores estudos sobre a sua toxicidade.

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