CONHECIMENTO DOS GRADUANDOS DE ENFERMAGEM COM RESPEITO À NEFROLOGIA COMO ÁREA ESPECÍFICA DE ATUAÇÃO

 

Knowledge of Nursing UNDER Graduates with Respect to Nephrology as Specific Area of Expertise

 

Santos GM*, Barnabe AS**, Fornari JV***, Ferraz RRN****

 

RESUMO: A Nefrologia tem se destacado como uma importante área de atuação do Enfermeiro. Todavia, o número de profissionais capacitados encontra-se abaixo do esperado, talvez por desconhecimento dessa importante área. O objetivo do presente estudo foi avaliar o conhecimento dos graduandos de Enfermagem com respeito à Nefrologia como área específica de atuação profissional. Dos 175 participantes (124M/51F, 29±7anos) foram coletados dados relativos ao sexo, idade, semestre em curso, se já trabalhavam em ambiente hospitalar e em que área pretendiam se especializar. Apenas 2 entrevistados (menos de 1% do total) declararam possuir interesse na especialização em Nefrologia, sendo essa a área menos pretendida entre todas as citadas. Mostra-se necessária a criação de estratégias de apresentação da Nefrologia como área de especialização ainda na graduação, visando diminuir o déficit de profissionais que se nota atualmente no mercado de trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Graduação. Educação em Enfermagem. Nefrologia.

 

ABSTRACT: Nephrology has emerged as an important area of action of nurses. However, the number of trained professionals is lower than expected, perhaps due to ignorance of this important area. The aim of this study was to evaluate the knowledge of nursing students with respect to Nephrology as a specific area of professional practice. Of the 175 participants (124M/51F, 29 ± 7 years) data were taken with respect to sex, age, current semester, if they worked in hospitals and in that area wanted to specialize. Only two respondents (less than 1% of total) reported having an interest in specializing in Nephrology, which is the desired least area among all the aforementioned. It is proved necessary to create strategies for presentation of Nephrology as a specialist area of undergraduate studies in order to decrease the deficit of professionals.

KEYWORDS: Knowledge.Graduate. Nursing Education. Nephrology.

 

INTRODUÇÃO

            Desde as práticas domiciliares de partos e a atuação de mulheres de classes sociais elevadas que dividiam as atividades dos templos com os sacerdotes, até a era Florence Nightingale, em que a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender à necessidade de mão-de-obra nos hospitais constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica, a profissão de Enfermeiro vem desenvolvendo-se em diversas áreas de atuação com cada vez mais base científica e conhecimentos técnicos, sendo esses aplicados de forma a atender as necessidades da população1. Nesse contexto, podemos observar que a profissão vem expandindo o leque de atuação e desenvolvendo os seus conhecimentos específicos em diversas áreas da saúde2.

            Espera-se que o profissional de enfermagem esteja apto a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção, e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo2. Dentre as diversas competências do profissional de enfermagem podemos destacar a tomada de decisões, liderança, educação continuada, comunicação, administração e gerenciamento, dentre outras2-4. Portanto, o enfermeiro deve ser um profissional qualificado, preparado para tomar decisões com rapidez e segurança, visto que muitas vezes é desse fator que depende a vida de muitas pessoas5. Para este fim, o profissional deve possuir competências e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas baseadas em evidências científicas, além de utilizar-se das ferramentas facilitadoras disponíveis6.

            O mercado de trabalho torna-se cada vez mais competitivo em busca de profissionais qualificados. Após a graduação, o profissional de Enfermagem deverá especializar-se em uma área específica na qual irá adquirir um conhecimento mais aprofundado7. São várias as áreas de atuação como: Administração Hospitalar, Cardiologia, Centro Cirúrgico, Obstetrícia, Oncologia, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Nefrologia, dentre outras8.

            Atualmente, a Nefrologia tem se destacado como uma importante área de atuação do Enfermeiro. O Especialista pós-graduado em Nefrologia deve ser um profissional capacitado, atualizado, e deve atuar em centros de Nefrologia, trabalhando com hemodiálise, diálise peritonial, exercendo suas atividades de forma segura, atendendo às exigências da especialidade e tendo a atenção voltada para segurança integral do paciente9.

            O envelhecimento da população brasileira é um fator que contribui muito para a mudança dos índices de morbi-mortalidade no país, trazendo o fenômeno da transição epidemiológica, ou seja, a substituição das doenças infecto-contagiosas pelas doenças crônicas não-transmissíveis, como as nefropatias. Hoje, cerca de noventa mil pessoas encontram-se inseridas em programas de diálise crônica13. Tais doenças podem acarretar incapacidades, e suas complicações contribuem para prejudicar a qualidade de vida do idoso10. Todavia, tem sido notado empiricamente que o número de enfermeiros especializados em Nefrologia não é capaz de suprir as necessidades do mercado. Acredita-se que tal déficit de profissionais esteja ligado ao reduzido conhecimento dos mesmos com relação à Nefrologia como especialidade de enfermagem. Imagina-se ainda que esta falta de conhecimento decorra de uma reduzida divulgação da especialização em Nefrologia ainda nos bancos das Universidades.

 

OBJETIVO

            Avaliar graduandos de Enfermagem do primeiro ao oitavo semestre de seu curso com relação ao conhecimento dos mesmos sobre a Nefrologia como um importante campo de especialização para o profissional de enfermagem.

 

MÉTODO

            Trata-se de um estudo descritivo, prospectivo, de natureza quantitativa, realizado em uma universidade privada da cidade de São Paulo - SP, no período de outubro a novembro de 2010. A amostra deste estudo foi constituída por graduandos do primeiro ao oitavo semestre do curso de graduação em Enfermagem que concordaram em participar desta pesquisa através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento de coleta de dados foi constituído por um questionário com perguntas fechadas acerca do conhecimento dos graduandos de enfermagem sobre a Nefrologia como especialidade de seu curso. Além disso, foram coletados dos participantes dados com respeito ao sexo, idade, semestre em curso, e se os entrevistados já trabalhavam ou não em ambiente hospitalar. As variáveis sexo, semestre em curso e o fato dos indivíduos arrolados trabalharem ou não em ambiente hospitalar foram expressas pelos seus valores inteiros e percentuais relativos à amostra, sem a aplicação de testes estatísticos. A variável idade foi apresentada pelos seus valores médios ± desvio-padrão. Este trabalho foi registrado no Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) sob o protocolo no. 378169/2010, sendo apresentado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, por estar de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

 

RESULTADOS

 

            A amostra desta pesquisa constituiu-se de 175 graduandos em Enfermagem, sendo 124 (71%) homens e 51 (29%) mulheres, com média de idade de 29 (DP=7 anos).

            Quanto à etnia, 104 entrevistados (59%) declararam-se caucasianos, 43 entrevistados (25%) declararam-se pardos e 28 participantes (16%) declararam-se negros.

            Com relação à distribuição dos participantes de acordo com o semestre em curso, foram entrevistados 22 alunos de cada um dos períodos, do primeiro ao sétimo (perfazendo um total de 12,6% para cada semestre). A amostra de alunos do oitavo semestre foi constituída por 21 alunos (11,8% do total de entrevistados).

            Dos entrevistados, 111 (63%) declararam exercer funções em ambiente hospitalar e 64 (37%) relataram exercer ocupações não relacionadas à Enfermagem. Em relação aos que trabalham em ambiente hospitalar, como auxiliares ou técnicos de enfermagem, 20 deles (31%) exerciam funções na clínica médica, 9 entrevistados (14%) trabalhavam com atendimento domiciliar, 8 participantes (12,5%) atuavam em pronto socorro, 7 (11%) atuavam em centro cirúrgico, 4 (6%) trabalhavam em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, 3 (5%) exerciam suas atividades profissionais em laboratórios de diagnóstico, 3 (5%) atuavam na UTI neonatal, 2 (3%) trabalhavam em berçários, 2 (3%) eram funcionários de casas de repouso, 2 (3%) atuavam em pediatria, 1 (2%) trabalhava em central de materiais e esterilização, 1 (2%) executava funções em clínicas de hemodiálise, 1 (2%) trabalhava com radiologia, 1 (2%) atuava em recuperação pós anestésica.

            Quando indagamos os participantes com respeito ao conhecimento da Nefrologia como área específica de atuação do profissional de Enfermagem, 88 entrevistados (50,5%) disseram estar informados sobre essa possibilidade, e 87 (49,5%) informaram desconhecer tal informação.

            Finalmente, quando questionados quanto à possível escolha de um campo para especialização (pós-graduação em nível Latu senso), 37 alunos (21% da amostra) demonstraram interesse pela formação em centro cirúrgico, 35 (20%) se interessariam por pronto socorro, 29 entrevistados (17%) gostariam de especializar-se em UTI, 16 participantes (9%) procurariam a área de saúde coletiva, 12 (7%) se especializariam em cardiologia, 12 (7%) procurariam a formação em geriatria, 10 entrevistados (6%) buscariam formação específica em administração hospitalar, 7 participantes (4%) demonstraram interesse em oncologia, 6 (3%) seriam Enfermeiros obstetras, 5 (3%) relataram possuir interesse na enfermagem do trabalho, 4 alunos (2%) demonstraram interesse em pediatria e apenas 2 entrevistados (cerca de 1% do total) declararam possuir interesse em se especializar na área de Nefrologia.

 

DISCUSSÃO

            Ao final do século XIX, o Brasil encontrava-se em processo de urbanização, as doenças infectocontagiosas, trazidas pelos europeus e pelos escravos africanos, começam a propagar-se rápida e progressivamente. A questão saúde passou a constituir um problema econômico-social. Para deter esta escalada que ameaçava a expansão comercial brasileira, o governo, sob pressões externas, assume a assistência à saúde através da criação de serviços públicos. Fez-se então necessária a formação de profissionais capacitados para atuar diante de situações de calamidade pública. Nesse período também tem início a formação de pessoal de Enfermagem para atender inicialmente aos hospitais civis e militares e, posteriormente, às atividades de saúde pública, principiada com a criação, pelo governo, da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, no Rio de Janeiro, junto ao Hospital Nacional de Alienados do Ministério dos Negócios do Interior. A partir de então ocorreu a aceleração de investimentos em pesquisas e também no desenvolvimento científico. Entre eles, a enfermagem aparece já como uma área promissora, ainda na época pouco reconhecida1.

            Atualmente existem diversas opções de especialização para o profissional de enfermagem. Segundo Almeida (1993)8, em sua análise do perfil da pós-graduação no país, verificou-se que esse processo está ainda em construção, e vem sendo aprimorado. É importante que esse processo seja sempre remodelado, visando contemplar as transformações do conhecimento específico de cada área.

            Neste trabalho verificamos primeiramente que a inserção de pessoas do sexo masculino vem crescendo cada vez mais na área da enfermagem, um dado chamativo já que a profissão teve início de suas práticas por mulheres, o que ainda hoje é um fato muito comum1.

            Com relação à etnia dos graduandos de enfermagem entrevistados, houve predominância de indivíduos declaradamente caucasianos, seguidos por pardos e negros. Dos entrevistados, a grande maioria já exercia funções em ambientes hospitalares, sendo que a maior parte era composta por auxiliares e/ou técnicos de enfermagem. Destes, a maioria atuava em clínica médica, seguido por atendimento domiciliar, pronto socorro, entre outras. As áreas onde encontramos o menor número de pessoas atuando foram central de materiais e esterilização, radiologia, recuperação pós-anestésica e as clínicas de hemodiálise.

            Com relação ao conhecimento pelos participantes da Nefrologia como área específica de atuação do profissional de Enfermagem, pouco mais da metade disseram estarem informados sobre essa possibilidade, enquanto praticamente o mesmo número de pessoas informou desconhecer tal informação, um índice considerado razoavelmente grande, e que corrobora com o déficit de enfermeiros nefrologistas atualmente observado empiricamente no mercado.

            Avaliando a perspectiva de especialização, a maior parte dos alunos demonstrou interesse em realizá-la, com percentuais equilibrados para as áreas de Centro Cirúrgico, Pronto Socorro e UTI. Também foram identificados interessados pela formação em Saúde Coletiva, Cardiologia, Geriatria, Administração Hospitalar, Oncologia, Obstetrícia e Pediatria.

            A área de especialização em que encontramos o menor número de interessados foi, sem sombra de dúvidas, a Nefrologia. Esse preocupante dado é um dos fatores que contribui para fortalecer as evidências de que quase a metade dos brasileiros com DRC em estágio dialítico morrerão sem ter acesso à TRS14. Atribuímos este fato a pouca importância dada pelo próprio currículo da graduação, no qual a Nefrologia aparece aleatoriamente quando os alunos estagiam na UTI. Não existe uma disciplina específica de Enfermagem em Nefrologia, tão pouco períodos de estágio voltados a essa área em específico.

            Até presente momento, não existem na literatura trabalhos semelhantes e que tenham identificado este importante viés na formação do profissional de enfermagem, sendo esta pesquisa, portanto, pioneira. Mediante este achado, sugerimos a discussão por parte dos organizadores dos currículos de graduação, de possíveis fórmulas visando identificar tais falhas no processo formativo da graduação em enfermagem, introduzindo este importante campo de atuação que é a Nefrologia nos currículos regulares, fornecendo subsídios para a criação de campanhas de apresentação desta importante especialidade como um promissor campo de atuação para o profissional Enfermeiro, desafogando as outras especialidades e fornecendo material humano altamente especializado para cobrir o já deficiente mercado de trabalho, que necessita de profissionais cada vez mais capacitados, melhorando a atuação dos centros de terapia renal substitutiva e proporcionando ao paciente nefropata melhor qualidade no atendimento.

 

CONCLUSÃO

 

            O interesse dos graduandos em Enfermagem pela Nefrologia como área de especialização é praticamente inexistente. Isso poderá refletir muito em breve na ausência de profissionais habilitados para exercer as funções necessárias em uma unidade de terapia renal substitutiva. É necessário que, já no ambiente de graduação, a Nefrologia seja apresentada aos alunos como um importante campo de trabalho do profissional de Enfermagem, visando reduzir a procura por campos já saturados, além de fornecer pessoal bem treinado para exercer, de maneira profissionalizada, os cuidados de enfermagem tão necessários ao paciente nefropata.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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* Gilnei Mira Santos - Graduado em Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. e-mail: gilneimira@yahoo.com.br

** Anderson Sena Barnabe - Biólogo, Mestre e Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP - Docente da Disciplina de Epidemiologia do Curso de Pós Graduação em Saúde Pública da Universidade Nove de Julho (UNINOVE) - SP , pesquisador do NESCOF (Núcleo de Estudos em Saúde da Comunidade e da Família/Uninove). e-mail: anderson@uninove.br

*** João Victor Fornari - Enfermeiro graduado pela Universidade São Francisco, Nutricionista graduado pela Fundação Municipal de Ensino Superior de Bragança Paulista. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade São Francisco. Doutor em Farmacologia pela Universidade Federal de São Paulo. e-mail: joaovictor@uninove.br

**** Renato Ribeiro Nogueira Ferraz - Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade do Grande ABC (UniABC) - SP. Mestre e Doutor em Ciências Básicas – Nefrologia pela  Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - SP. Docente da Disciplina de Anatomia Humana e Fisiologia de Órgãos e Sistemas da Universidade Nove de Julho (UNINOVE) – SP. e-mail: renato@nefro.epm.br.