O EFEITO DA ESTIMULAÇÃO DA VIA GLICOLÍTICA NA FUNCIONALIDADE DE ESPERMATOZOIDES CANINOS.

Autores

  • Francisco Laecio Silva de Aquino http://orcid.org/0000-0002-8978-9663
  • João Diego de Agostini Losano
  • Marcel Henrique Blank
  • Vivian Cardoso Castiglioni
  • Marcilio Nichi
  • Daniel de Souza Ramos Angrimani

Palavras-chave:

Fosforilação Oxidativa, Via Glicolítica, Cães

Resumo

Introdução: Atualmente, ocorre um avanço expressivo quanto ao desenvolvimento de diferentes biotecnologias da reprodução em caninos, tais como, inseminação artificial intrauterina e criopreservação seminal. Contudo, para obter melhores índices de fertilidade nestas técnicas, o estudo da fisiologia espermática perfaz necessário. Dentre as mais inovadoras vertentes de pesquisas, destaca-se o estudo quanto a geração de energia (ATP) em espermatozoides. Em bovinos e camundongos foi observada a importância da via glicolítica para manutenção da motilidade e homeostase celular, informação inovadora, já que até então, a fosforilação oxidativa desempenhada pela via mitocondrial era validada como a única forma de geração de energia para o espermatozoide. Entretanto, em cães ainda é desconhecida a importância da via glicolítica para a célula espermática. Objetivo: Desta forma, os objetivos deste estudo foram avaliar os efeitos do bloqueio da via mitocondrial na funcionalidade e na homeostase oxidativa dos espermatozoides caninos, utilizando o desacoplador mitocondrial carbonil cianeto m-clorofenil hidrazina (FCCP) e avaliar o papel funcional da glicólise na produção de ATP por meio da estimulação da via glicolítica, utilizando a glicose. Materiais e métodos: Para tal, o presente estudo foi conduzido utilizando dez cães (n=10) não castrados, de raças variadas e em idade reprodutiva (1 a 6 anos). Após a colheita e o processamento seminal as amostras foram diluídas para uma concentração de 100 milhões de espermatozoides por ml Então, o sêmen diluído foi dividido em alíquotas de 1.000 μl de modo a considerar quatro grupos experimentais, Grupo Controle, amostras não tratadas; Grupo FCCP, amostras tratadas com FCCP (5μM); Grupo Glicose, amostras tratadas com Glicose (5mM) e Grupo FCCP+Glicose, amostras tratadas com a associação de FCCP (5μM) e Glicose (5mM). Após 15 minutos de incubação, os tratamentos foram submetidos as análises espermáticas, sendo essas, a análise computadorizada da motilidade do sêmen (via CASA), avaliação da integridade acrossomal e de membrana plasmática, atividade e potencial mitocondrial e fragmentação de DNA, além da resistência ao estresse oxidativo (TBARS). Resultados: O grupo Glicose (45±7,7A) e Controle (40,5±7,3AB), apresentaram maiores índices de motilidade progressiva, quando comparados ao grupo FCCP (22,2±7,8B) e a associação FCCP+Glicose (22,5±8,3B). O mesmo ocorreu com as variáveis VAP (Velocidade média de trajetória), VSL (Velocidade linear progressiva), ALH (Amplitude de deslocamento lateral da cabeça), Retilinearidade, Linearidade e porcentagem de espermatozoides rápidos. Ainda, foi possível observar maiores taxas de alto potencial de membrana mitocondrial nos grupos Glicose (19,1±4,9A) e Controle (21±5,8A), em relação a FCCP (1,1±0,6B) e a associação FCCP+Glicose (6,1±5,2B). Conclusão: Em cães, aparentemente a fosforilação oxidativa, proveniente da mitocôndria espermática tem efeito fundamental e insubstituível na homeostase espermática, quando comparada com a via glicolítica.

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Publicado

2020-02-17

Edição

Seção

1º FÓRUM DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UNG