COMPREENSÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS ASPECTOS CLÍNICOPATOLÓGICOS DO NEMATODA Dioctophyma renale.

Autores

  • Roger William Marinho Galvão UNG- Universidade Guarulhos
  • Thais Silva Relvas Lima
  • Adriana Emídio Zupa
  • Danielle Christina Soeiro de Deus
  • Paola Almeida de Araújo Goes

Palavras-chave:

Dioctofimose, Parasita, Sintomatologia.

Resumo

O Dioctophyma renale, conhecido como verme gigante, de coloração vermelha, hematófago, tem distribuição mundial e é uma zoonose. As fêmeas podem atingir 100 cm e os machos 45 cm, com variação de tamanho entre hospedeiros e pertence à superfamília Dioctophymatoidea. Geralmente é encontrado parasitando mamíferos domésticos e silvestres. No seu ciclo biológico, os ovos são eliminados com a urina do hospedeiro definitivo e evoluem no meio externo. Os animais e humanos adquirem o nematódeo a partir da ingestão de peixes ou anfíbios crus ou mal cozidos e de anelídeos aquáticos infectados com a forma larval. A infecção geralmente é tratada através de nefrectomia unilateral ou bilateral, com o prognóstico reservado já que depende do desenvolvimento da doença. As infecções geradas pelo verme são chamadas de Dioctofimose e normalmente nos cães são assintomáticas, os sinais clínicos, quando presentes, podem incluir fraqueza, dificuldade em caminhar, maior frequência de micção, anorexia, convulsões, ascite, cólicas abdominais, perda de peso, disúria, anemia e irritabilidade. Os anelídeos oligoquetas parasitas das brânquias de crustáceos, rãs e peixes dulcícolas são os hospedeiros intermediários do Dioctophyma renale. Os hospedeiros paratênicos incluem sapos (Rhinella ictérica.) rãs (Rana spp.) e peixes de água doce, enquanto no grupo dos hospedeiros definitivos estão os: Mustelidae como marta e lontra, Canidae como coiote, lobo, cão, lobo guará e cachorro do mato. O parasito é encontrado frequentemente no rim direito; porém, pode ser observado no rim esquerdo, cavidade abdominal, cavidade torácica, ureteres, bexiga, uretra, útero, ovário, glândula mamária, fígado, estômago e tecido subcutâneos de animais domésticos e silvestres. A severidade da lesão depende do número de parasitas que afeta o rim, da duração da infecção, do número de rins envolvidos e da presença ou ausência de doença renal concomitante. A hidronefrose também é relatada e é causada pela obstrução do óstio uretral interno pelo nematoide adulto, que determina a atrofia com preservação do epitélio da pelve sendo considerada para o desenvolvimento do quadro clínico de insuficiência renal. Sinais como hematúria e dor renal são observados em decorrência da destruição do parênquima renal. Observa-se ainda casos com desconfortos generalizados, e relutância em caminhar, poliúria, polidipsia, anorexia, vômitos, aumento do volume da região inguinal, aumento de volume da região subcutânea em decorrência da migração errática do parasito, emagrecimento progressivo e aborto. O diagnóstico, em geral, é um achado acidental em necrópsias e durante cirurgias, embora a presença do helminto possa ser detectada pelo achado dos ovos operculados na urina, por radiografia e ultrassonografia dos rins e cavidade abdominal ou até mesmo, em casos raros, os vermes jovens podem ser eliminados pela urina. Atualmente não há opção farmacológica parasitária eficaz para o tratamento do Dioctophyma renale contudo, mesmo que o parasito perdesse sua viabilidade com o uso de anti-helmínticos ele não seria facilmente removido do interior do rim devido a sua espessura e tamanho, sendo então a nefrectomia e a remoção cirúrgica do parasito o procedimento eletivo para o tratamento. Portanto é de suma importância o tratamento profilático que envolve principalmente medidas higiênicas e sanitárias eficazes. Os rins acometidos pelo Dioctophyma renale perdem sua função. Normalmente, um só rim é parasitado e podem ser encontrados vários parasitas em um mesmo hospedeiro. O rim sadio sofre hipertrofia para compensar a falta do destruído, prejudicando o sistema. Assim sendo, com base nesta revisão podemos considerar que o Dioctophyma renale se alimenta do parênquima renal destruindo o rim acometido podendo deixar o nematoide livre na cavidade abdominal, fato este que vai sobrecarregar o outro rim podendo causar a insuficiência renal, por exemplo.

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Publicado

2020-02-17

Edição

Seção

1º FÓRUM DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UNG