CARACTERÍSTICAS ALIMENTARES DE CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROME DE DOWN.

Diego Marcel Fagundes

Resumo


Descrita em 1866 por John Langdon Down, a Síndrome de Down (SD), ou Trissomia do Cromossomo 21, é a alteração genética mais recorrente entre os bebês nascidos vivos. Os principais fatores que contribuem para a fala defeituosa constatada na SD são: língua protrusa, hipotonia dos músculos da fala, inclusive da língua, véu palatino e músculos respiratórios. O desenvolvimento das estruturas do sistema estomatognático está vinculado às suas funções e depende dos estímulos propiciados desde o nascimento por meio do aleitamento e posteriormente do consumo dos diversos alimentos. O fonoaudiólogo deve estar atento ao modo como a criança usa os músculos da boca e da face para comer e para produzir sons, analisando seu desenvolvimento motor oral e ainda contribuir para a promoção de estímulo precoce à musculatura. Sabe-se que alimentos sólidos, mais duros e fibrosos, favorecem o trabalho muscular e o desenvolvimento craniofacial. O presente estudo tem a finalidade de descrever o comportamento alimentar de crianças portadoras de Síndrome de Down e promover sessões de estimulação que propiciem a variabilidade de texturas, consistências e sabores dos alimentos e oferecer orientação às suas famílias a respeito da importância de uma alimentação variada. No decorrer desta pesquisa, será possível conhecer os hábitos alimentares de crianças com SD e orientar as famílias quanto à importância da introdução das diversas texturas e sabores, além de estimular a mudança dos comportamentos inadequados. Participam dessa pesquisa 18 crianças portadoras de SD com idade entre 02 meses e 9 anos, sendo 11 meninos e 7 meninas. Os sujeitos foram divididos em 4 grupos levando em consideração a idade. Os pais responderam a um questionário e preencheram um recordatório alimentar no qual é registrado todo e qualquer alimento (sólido ou líquido) oferecido durante 5 dias consecutivos, dentro e fora dos horários das refeições. Foram orientados a incluir o dia e horário da oferta; o item oferecido, descrevendo o modo de preparo, o volume e temperatura; o utensílio utilizado; reação e aceitação da criança; outros detalhes que julgar importante. Serão realizados encontros quinzenais em grupos organizados na clínica de Fonoaudiologia com objetivo de orientar os responsáveis quanto ao comportamento alimentar e estimular as crianças a experimentar novas texturas, consistências e sabores. Estima-se que após as sessões, as famílias percebam a importância da introdução de alimentos sólidos ainda na infância, variando os sabores, texturas e consistências que possam modificar o comportamento alimentar.

Palavras-chave


Síndrome de Down. Crianças. Comportamento alimentar.

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