MATERNIDADE ADOLESCENTE EM DIVERSAS CLASSES SOCIAIS

Mayara Pompeo Santos, Simone Ferreira da Silva Domingues

Resumo


A gravidez na adolescência é um fenômeno muito estudado atualmente. Considerado como um problema de saúde publica, afeta não apenas as jovens mães como também o ambiente que as envolve, sua família, amigos e, inclusive, a futura criança. A conceituação de adolescência surge no inicio do século XX, sendo um momento construído pela sociedade designando um espaço de desenvolvimento entre a infância e a vida adulta. Uma fase que se une à puberdade e traz consigo mudanças físicas e psicológicas que afetam a forma de ver o mundo e a si mesmo, sendo considerada também como o momento de experimentação de jovens. Tal momento de experimentação caminha lado a lado com fatores de proteção, que ajudarão em seu crescimento e desenvolvimento, e com fatores de risco, que aumentam a possibilidade de causar danos físicos, sociais ou psíquicos nos indivíduos. Apesar de, a primeira vista, a maternidade adolescente se mostrar claramente um fator de risco, já que irá afetar biológica e socialmente a adolescente, pulando a fase de experimentação e trazendo maior responsabilidade, a gravidez nessa fase pode ser considerada também como um fator de proteção, de forma que para muitas jovens a gravidez faz parte de seu projeto de vida. Muitas variáveis irão afetar a forma que as garotas irão encarar a gravidez e a maternidade, dentre elas o nível socioeconômico em que elas se encontram. Pensar na adolescência como a idade de estudos e experimentação acaba sendo uma idéia generalizada, já que para classes mais baixas o trabalho que garantirá a subsistência de sua família (pai, mãe e irmãos) se faz mais necessária e ganha mais importância do que se focar apenas na aprendizagem. Para eles, a maternidade será símbolo de liberdade, responsabilidade e fertilidade. A capacidade de criar seu próprio núcleo familiar e cuidar, não apenas ser cuidado. Apesar de poucas pesquisas abordarem a maternidade em adolescentes de classes mais favorecidas, a maioria considera que a gravidez durante esse período irá interferir negativamente nos estudos, no trabalho e na vida social, fazendo com que a adolescente regrida, impedindo o momento de experimentação acontecer. Ao mesmo tempo, quando desejado, as adolescentes podem sentir liberdade ao planejar a gravidez, que se torna símbolo de um relacionamento estável e amadurecimento, sem se preocupar com gastos já que possuem estabilidade econômica. Pesquisadores mostram também que, independente da classe, as adolescentes conseguem se adaptar positivamente à maternidade, usando muitas vezes ela como incentivo para estudar e trabalhar em prol do filho.

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