ATIVIDADE ANTI-HELMÍNTICA DO ANTI-INFLAMATÓRIO BETAMETASONA EM SCHISTOSSOMA MANSONI

Talita Gonçalves Aires de Queiroz, Josué de Moraes

Resumo


A esquistossomose, doença parasitária causada por helmintos do gênero Schistosoma, ainda causa grande impacto social, sendo um importante problema de saúde pública em diversos países. Mesmo com desenvolvimento econômico e dos métodos de controle disponíveis, ela encontra-se ainda em expansão. De fato, estima-se a existência de mais de 200 milhões de indivíduos infectados e cerca 800 milhões vivem em área de risco. Considerada uma Doença Negligenciada, popularmente denominda Doença da Pobreza, o tratamento e controle da esquistossomose é baseado apenas do uso de um fármaco, o praziquantel. Por conseguinte, faz-se necessário novas alternativas terapêuticas. Uma abordagem para acelerar a descoberta de medicamentos é o "reposicionamento de fármacos" ou "redefinição de fármacos", cuja análise é baseada em novos usos para medicamentos já existentes. Estudos recentes relataram a atividade antiparasitária, em Schistosoma mansoni, do anti-inflamatório diclofenaco de sódio, o que levou o nosso grupo a avaliar o efeito antiparasitario de outros anti-inflamatórios, particularmente a betametasona. Ensaios in vitro em adultos de S. mansoni mostraram que betametasona 100 µM reduziu a motilidade e causou a morte dos helmintos após 24 horas de incubação. Além disso, análise por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) revelaram alterações morfológicas no tegumento dos parasitas expostos ao fármaco anti-inflamatório. A descoberta de fármacos com atividade anti-Schistosoma em uso clínico para outras patologias pode contribuir na seleção de terapias mais efetivas, reduzindo custos e tempo da pesquisa em novos fármacos para doenças negligenciadas.

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