UMA PRÁTICA DE AVALIAÇÃO INSTITUINTE NO COTIDIANO ESCOLAR

Mitsi Pinheiro de Lacerda

Resumo


Tomando a avaliação enquanto tema, o presente estudo delimita uma prática não institucional enquanto problema de pesquisa os vistos concedidos por professores (as) aos estudantes, após a consecução de atividades escolares. O estudo foi desenvolvido em uma escola pública, e foram entrevistados professores, estudantes e seus familiares desde uma pauta que objetivou conhecer os diferentes consumos destinados a estes vistos. A prática de conferência das atividades escolares, conhecida como visto atribuído aos cadernos, atravessa e se incorpora às relações sociais que ocorrem em práticas de ensino e aprendizagem, afetando ainda as relações entre família e escola. Dialogando com as proposições de Michel de Certeau, foi observado que se trata de prática cotidiana amplamente utilizada, e cujas diferenciações são postas ao consumo, uma vez que seu uso não refletido favorece o improviso, intensifica a centralidade do poder e inscreve o desejo pelo conhecimento em um status de baixa intensidade. Junte-se a isto, o fato de os vistos incrementarem a disciplinarização dos corpos, interferirem diretamente junto ao rendimento e certificação escolar, além de fortalecerem concepções já refutadas, provenientes de lógicas comportamentais. O artigo aponta para a relevância dos estudos em cotidiano escolar, aproximando-se de práticas ainda pouco conhecidas.

Palavras-chave


Avaliação. Cotidiano escolar. Prática pedagógica. Vistos escolares.

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DOI: http://dx.doi.org/10.33947/1980-6469-v16n2-4390

1) UnG - Universidade Guarulhos 2) Indexador: Latindex 3) Indexador: Dialnet