J. BORGES – A ARTE DA XILOGRAVURA

Autores

  • Maria Aparecida dos Santos Universidade Guarulhos

Resumo

Este trabalho dedica-se à arte da xilogravura brasileira, não a arte erudita, aprendida em escolas ou centros acadêmicos ou ainda composta por mestres da antiguidade, e sim pela sua utilização no contemporâneo. Trataremos da arte realizada no Nordeste brasileiro, região mais pródiga nesse tipo de arte atualmente, através de sua fi gura mais importante e indubitavelmente mais expressiva, ou seja, o mestre J. Borges. A história de J. Borges confunde-se com a história do cordel brasileiro. Citaremos por diversas vezes o cordel, por estar este intrinsecamente ligado à xilogravura, arte com a qual são confeccionadas as ilustrações que revestem esses folhetins, e J. Borges sempre foi apaixonado por essa literatura. As fi guras e histórias fantásticas contidas nos cordéis, que eram transmitidas a J. Borges e a seus irmãos passaram a povoar o seu imaginário; por ser de uma família bastante humilde, como a de tantos outros existentes nessa região, o cordel era o seu único contato com o mundo das artes e da literatura. A paixão pelo Cordel, cultivada na infância, levou J. Borges a investir em uma nova empreitada, e, em meados dos anos 50, ele passou a revender Cordéis comprados no Recife, em feiras populares do povoado em que habitava. Graças a sua desenvoltura e criatividade, a vendagem começou a render-lhe frutos, e aos poucos o operário da construção civil foi dando lugar ao comerciante J. Borges. O contato com o cordel, intensifi cado com este seu novo trabalho, foi um passo considerável para que a história de J. Borges como artista folclórico brasileiro começasse em 1964. Incentivado por Antonio Ferreira da Silva, veterano poeta da região, escreveu seu primeiro cordel, “O encontro de dois vaqueiros no Sertão de Petrolina”, que se tornou um grande sucesso, com ilustração do mestre Dila, de Caruaru, cidade do agreste pernambucano. O encontro de J. Borges com mestre Dila traria uma grande mudança na vida de J. Borges.

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